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quinta-feira

Cerejeira - Torresea acreana



Nome Científico: Torresea acreana Ducke.
Família: Fabaceae (Leguminosae).
Nomes Comuns: Cerejeira, Amburana, Imburana.

Ocorrência: Ocorre, principalmente, no Brasil, em floresta ombrófila aberta submontana com cipó, na região de Mato Grosso, Rondônia e Acre, podendo ser encontrada até nas caatingas do Nordeste. Ocorre, ainda, nas matas de terras firmes do sudoeste da Amazônia e também no Paraguai, Bolívia, Peru e Argentina. Habita, naturalmente, em solos podzólicos vermelho-amarelo eutróficos.
Características Morfológicas: A árvore pode chegar a mais de 30 m de altura, com flores alvas que surgem no mês de maio em ramos desfolhados. O fruto é uma vagem que se abre naturalmente contendo uma semente alada, as quais são carregadas pelo vento. As sementes são aromáticas e contém 4% de cumarina, a qual é encontrada tanto na casca quanto no lenho.
Informações Ecológicas: É uma espécie de clima úmido, sub-úmido e árido. A temperatura média de crescimento natural está em torno de 18-20º C.
Fenologia: Sua frutificação ocorre no período de agosto a outubro e o fruto é uma vagem, contendo de uma a duas sementes aladas.
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Obtenção de Sementes: As sementes são facilmente carregadas pelo vento, caindo, normalmente, longe da planta mãe. Este fato torna difícil a colheita das mesmas, principalmente, quando se necessita de grandes quantidades para produção de mudas as quais serão utilizadas em projetos de reflorestamento. Portanto, as sementes devem ser colhidas quando começam a amadurecer ou iniciar queda espontânea, apresentando coloração preta, devendo ser cobertas com uma tela fina para não serem levadas pelo vento. Um quilograma de sementes contém entre 2.300 e 2.800 unidades, sem a parte alada. 
Produção de Mudas: Em condições naturais, a semente germina em 15 dias, podendo acontecer, caso prolongue o seu tempo “in natura”, a perda do poder germinativo por não apresentar mecanismo de dormência que prolongue a viabilidade por mais tempo.

quarta-feira

Cedro - Cedrela odorata



Nome Científico: Cedrela odorata L.
Família: Meliaceae.
Nomes Comuns: Cedro, Cedro-Rosa, Cedro-Vermelho, Cedro-Branco, Cedro-Batata, Cedro-do-Brejo, Cedro-Pardo, Cedro-Verdadeiro, Acujú, Cedro-Cheiroso.

Ocorrência: Em todo Brasil tropical nas formações vegetais, à exceção do cerrado. Ocorre freqüentemente na mata Atlântica e em quase toda a floresta pluvial Amazônica, mais freqüente no Sul da Bahia, no vale do rio Doce em Santa Catarina, ocorrendo também em São Paulo, no Norte do Paraná e em Mato Grosso até às fronteiras do Paraguai. Também é comum nas matas ciliares do interior do país e dos demais paises da América do Sul. É encontrado também no México, Equador, Peru e Guianas. Habita mata de terra firme, preferindo solos profundos e úmidos. No Amazonas encontra-se em solos argilosos nas terras firmes e também em solos arenosos.  
Características Morfológicas: Árvore grande com sapopemas na base, atingindo a altura de 30 a 35 m, de crescimento rápido tanto por semente como por estaca, decidual, com belíssima folhagem.  Tronco fissurado 90-150 cm de diâmetro. Folhas compostas, alternas, paripinadas, com 25-35 cm de comprimento e 5-8 pares de folíolos opostos, sésseis, geralmente glabros, de 8-15 cm de comprimento. Os ramos novos desprendem cheiro de alho quando quebrados. Plantas monóicas com inflorescências terminais, pendente de 20-40 cm de comprimento, com flores unissexuais, brancacentas, em panículas cimosas. Fruto cápsula elipsóide, deiscente de 3,0-4,0 cm de comprimento (esta é a principal característica diferencial da espécie afim Cedrella fissilis que é muito maior, de 4,5-8,5 cm), lenhosa, com sementes aladas, pequenas e achatadas, facilmente dispersadas pelo vento. A semente está em uma sâmara, com a expansão aliforme e papirácea para um só lado.
Informações Ecológicas: Planta decídua, heliófila ou de luz difusa, seletiva higrófita, características das matas primárias e secundárias altas de terra firme.
Fenologia: Floresce durante os meses de dezembro a fevereiro. A frutificação ocorre a partir de maio com a planta totalmente sem folhas. Produz anualmente grandes quantidades de sementes viáveis.
Obtenção de Sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida levá-los ao sol para completar a abertura e liberação das sementes. Cobrir os frutos durante a secagem com tela fina para evitar que as sementes sejam levadas pelo vento. O número de sementes por quilograma varia de 18500 a 40000 unidades, medindo com a asa cerca de 30-40 mm de comprimento por 10-14 mm de largura e sem a asa medem, aproximadamente, de 8-10 mm de comprimento por 5-6 mm de largura, com forma oblonga e comprimida. O índice de germinação vai de 75 a 86%. A semente pode ser viável até 6 meses.

Produção de Mudas: Colocar as sementes para germinar logo que colhidas em canteiros semi-sombreados contendo substrato argiloso; cobri-las com uma fina camada de substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A germinação é epígea, ocorrendo em 12-18 dias e a taxa de germinação geralmente é superior a 80%. Em 70-120 dias de transplante em saquinhos individuais já podem ser levadas para plantio no local definitivo. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado rápido, podendo atingir 3-4 metros de altura em 2 anos.
Armazenamento: As sementes são recalcitrantes, perdendo gradativamente a viabilidade quando armazenadas em condições ambientais de baixa umidade.

terça-feira

Castanheira - Bertholletia excelsa



Nome Científico: Bertholletia excelsa Bonpl.
Família: Lecythidaceae.
Nomes Comuns: Castanha-do-Pará, Castanha, Castanheira, Castanha-Verdadeira, Castanheiro, Castanha-do-Brasil, Amendoeira da América.

Ocorrência: Estende-se desde o Estado do Maranhão e Mato Grosso (vale do rio Papagaio) até 10º de latitude através dos Estados do Pará (região de Alenquer, Almeirim, Óbidos e todos os terrenos banhados pelo rio Trombetas e seus afluentes); fronteira com o Suriname (vale do rio São João e cordilheira do Tumucumaque), do Amazonas (Vale dos rios Madeira, Maués, Purus, Negro e Solimões até o vale do Orenoco e altos rios Marimari e Abacaxi), região de Tocantins, nos vales do Curuá e Pará, Rondônia e Acre. É encontrada ainda no Peru, Guianas, Venezuela e Bolívia. É encontrada principalmente em mata alta de terra firme, solo argiloso, argilo-arenoso ou argilo-silicoso.
Características Morfológicas: Árvore de porte majestoso e frondoso, dominante na região onde se encontra, copa grande e aberta, fuste reto, cilíndrico, desprovido de folhas até o fronde, casca marrom, escura e fendilhada. Altura de 30-50 m, excepcionalmente 60 m, com tronco apresentando de 100-180 cm de diâmetro. Folhas simples, oblongas ou ovado-oblongas de 25-40 cm de comprimento e 15 cm de largura, glabras, parte superior verde-oliva e inferior verde-pálido, caducas, formando camada densa sobre o solo. Inflorescência em panículas terminais eretas até 20 cm de comprimento. Flores sésseis, grandes, aromáticas, com seis pétalas brancas. O fruto (ouriço) é um pixídio lenhoso, globoso, ligeiramente deprimido, quase esférico, de tamanho e peso variável, com uma pequena cicatriz opercular, porém indeiscente, as sementes (castanhas) são angulosas, agudas, mais ou menos triangulares. Das castanhas extrai-se até 67% de um óleo excelente para cozinhar e saboaria fina.
Informações Ecológicas: Árvore muito útil para reflorestamentos. Planta semidecídua, heliófita, característica da mata alta de terra firme (não inundável) de toda Amazônia. É planta social, ocorrendo em determinados locais em grande freqüência e formando os chamados “castanhais”, porém sempre em associação com outras espécies de grande porte.
Fenologia: Floresce durante os meses de novembro a fevereiro. Seus frutos amadurecem no período de dezembro a março. Seus frutos precisam de 15 meses para amadureceram.

Obtenção de Sementes: Recolher os ouriços (frutos) no chão após sua queda espontânea. Em seguida retirar as sementes dos frutos através da quebra do invólucro lenhoso. Um quilograma de sementes contém, aproximadamente, entre 70-80 unidades. Sua viabilidade em armazenamento é curta, não ultrapassando 5 meses. Seu fruto pesa entre 500 a 1500 gramas e contém 15-24 sementes (castanhas).
Superação da Dormência: Suas sementes apresentam dormência variável dependendo da origem, e necessitam de tratamento antes da semeadura. Geralmente está associada à impermeabilidade do tegumento. Faz-se a imersão em água por 24 horas, e em seguida retira-se o tegumento com prensa, faca ou estilete. Há o método da retirada da casca mais o tratamento com acetato fenil mercúrio, e outra alternativa é enfraquecer mecanicamente a casca para permitir a entrada de água.
Produção de Mudas: A capacidade de germinação é mediana. O início da germinação se dá a partir do vigésimo dia e o pique da germinação (75%) ocorre aos 70 dias. Entretanto em condições naturais a emergência pode demorar de 6 a 18 meses. Colocar as sementes para germinar, logo que colhidas, diretamente em embalagens individuais mantidas em ambiente sombreado e contendo substrato argilo-arenoso. O desenvolvimento das mudas, bem como das plantas no campo é lento, chega a frutificar aos 8 anos, porém somente aos 12 atinge produção normal.
Armazenamento: As sementes são recalcitrantes, portanto, não podendo ser armazenadas por um longo período. Para um armazenamento inicial pode-se usar sacos de aniagem.

Fonte: Guia técnico das espécies-alvo da amazônia meridional. Joana Maria Ferreira Albrecht & Agenilda Aparecida Santos. 2003.

segunda-feira

Visgueiro - Parkia multijuga


Nome Científico: Parkia multijuga Benth.
Família: Leguminosae – Mimosoideae.
Nomes Comuns: Barjão, Benguê, Arara-Tucupi, Tucupi, Paricá, Visgueiro, Faveira-Benguê, Faveira-Pé-de-Arara, Varjão.

Ocorrência: Amazonas, Roraima, Peru e Colômbia. Ocorre com freqüência na mata primária ou secundária em solo particularmente argiloso, e também na várzea alta de toda a região amazônica.
Características Morfológicas: Árvore amazônica de grandes dimensões, com altura de 20 a 30 m, e tronco de 50-70 cm de diâmetro. Folhas enormes e elegantes, alternas, 12-20 cm de comprimento, compostas bipinadas, com 20-40 jugas (par de folíolos); pinas com 20-30 pares de folíolos luzidios na parte superior. Inflorescência em panículas terminais, relativamente curtas, com flores amarelo-brancacentas em capítulos globosos de 3-5 cm de diâmetro, as masculinas na base e as hermafroditas na região central. Fruto legume glabro, fortemente lenhoso, indeiscente aplanado, largo, distinto das demais espécies pela característica recurvada, de 20 a 29 cm de comprimento, por 7-9 cm de largura.
Informações Ecológicas: Planta perenifólia, heliófita ou esciófita, característica da mata de terra firme da região amazônica. Ocorre tanto no interior da mata primária densa como em formações secundárias. Produz anualmente moderada produção de sementes viáveis.
Fenologia: Floresce durante os meses de agosto a outubro. A maturação dos frutos verifica-se no período de novembro a dezembro.
Obtenção de Sementes: Colhe os frutos (vagens) diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea, ou recolhê-los no chão após a queda. Em seguida levá-los ao sol para secarem e facilitar a abertura manual e retirada das sementes. Um quilograma contém, aproximadamente, entre 110-200 unidades.
Superação da dormência: É uma essência florestal exclusivamente brasileira que apresenta problemas na produção de mudas pela impermeabilidade de seu tegumento e heterogeneidade do tamanho das sementes. As sementes são duras e devem ser escarificadas, sendo que isto pode ser feito lixando-se ou esfregando-se um pequeno ponto da semente numa superfície cimentada áspera, ou ainda realizado o corte do tegumento do lado oposto do embrião e imersão em água por 24 horas antes da semeadura para melhorar a germinação. 
Produção de Mudas: Semeá-las em seguida diretamente em recipientes individuais contendo substrato argilo-arenoso e mantidos em ambiente semi-sombreado. A emergência ocorre em 20-40 dias e, a taxa de germinação, geralmente, é alta. O desenvolvimento das mudas é rápido, as quais ficarão prontas para o plantio no local definitivo em 4-5 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é também rápido, alcançando facilmente 3,5 m aos 2 anos.
Armazenamento: As sementes são classificadas como ortodoxas e sua viabilidade em armazenamento é superior a 4 meses.

domingo

Angelim-saia - Parkia pendula



Nome Científico: Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walpers.
Família: Leguminosae – Mimosoideae.
Nomes Comuns: Angelim Saia, Fava-de-Bolota, Andirá, Jueirana-Vermelha, Angelim, Arara-Petiú, Faveira, Paricá-Grande, Pau-de-Arara, Visgueiro, Sabiú, Rabo-de-Arara, Murariena, Jupuúba, Fava-Arara-Tucupi, Boloteira, Faveira-de-chorão, Faveira-Berloque, Joarana, Juerana, Macaqueiro e Mafuá.

Ocorrência: Nos Estados do Amazonas, Pará, e observado ainda nas Guianas, Pernambuco, Bahia, Alagoas e Mato Grosso. Comum na mata primária ou secundária de terra firme, em solo argiloso. É também comum nas margens dos rios, em barrancos, da terra firme.
Características Morfológicas: Árvore de significativo porte, majestosa, ornamental, inconfundível mesmo à distância, pelo aspecto tabular de sua copa, sob a qual permanecem pendentes por algum tempo as inflorescências ou os frutos. Altura de 20-30 m, com fuste cilíndrico, ereto, dotado de sapopemas basais de 80-100 cm de diâmetro, folhagem fina, densa e verde-escura. Flores em inflorescências capitulares, esféricas, vermelho-escuras, pendendo de longos e filiformes pedúnculos que vão de 1 m a mais de comprimento. Frutos legumes planos, falciformes, deiscentes, exsudando quando maduros uma resina viscosa. Sementes arredondadas e comprimidas.
Informações Ecológicas: Planta perenifólia, mesófita ou heliófita, característica da floresta alta de terra firme da região amazônica e, da mata pluvial atlântica. Apresenta dispersão irregular e descontínua, ocorrendo principalmente no interior da mata primária densa. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis.
Fenologia: Floresce durante os meses de agosto a outubro. Os frutos amadurecem nos meses de dezembro a março, entretanto permanecem por mais alguns meses pendurados na árvore.



Obtenção de Sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea, ou recolhê-los no chão após a queda. Em seguida levá-los ao sol para secar e facilitar a abertura manual e retirada das sementes. Um quilograma contém aproximadamente entre 8.800-9350 sementes que medem cerca de 8-12 mm de comprimento por 4,5-6,5 mm de largura.
Superação da dormência: As sementes são duras, devendo ser escarificadas e imersas em água por 12 horas à temperatura ambiente, ou feito o desponte no lado oposto ao da emissão da radícula antes da semeadura para melhorar a germinação.
Produção de Mudas: Semeá-las em canteiros ou diretamente em recipientes individuais contendo substrato argilo-arenoso e mantidos em ambientes semi-sombreados. A germinação é epígea, a emergência ocorre em 20-40 dias e a taxa de germinação é alta. O desenvolvimento das mudas é rápido, as quais ficarão prontas para o plantio local definitivo em 4-5 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é também rápido, alcançando facilmente 3,5 m aos 2 anos.
Armazenamento: Sua viabilidade em armazenamento é superior a um ano.

Fotos: bioma urbano 
http://biomaurbano.org.br

sábado

Andiroba - Carapa guianensis


Nome Científico: Carapa guianensis Aubl.
Família: Meliaceae.
Nomes Comuns: Andiroba, Andirobeira, Carapa, Andirova, Cedro-Macho, Figueroa, Tangaré, Andiroba-Branca, Andiroba do Igapó, Andiroba Vermelha, Angirova, Comaçari, Mandiroba, Vandiroba, Carapá, Carapinha, Gendiroba, Jandiroba, Penaíba, Pulga de Santo Inácio, Abomidan, Caraba.

Ocorrência: Árvore de ampla distribuição, freqüentemente formando associações, sendo encontrada na América Central, Peru, Suriname, Guianas, África Tropical, Antilhas, Colômbia e Venezuela. No Brasil, ocorre em toda a Amazônia, nas matas de várzeas e faixas alagáveis dos rios, baixo Amazonas, rio Solimões, alto rio Erepecuru, litoral norte do Estado do Pará, região das Ilhas e baixo rio Tocantins.Prefere as várzeas e os igapós, podendo ainda ser encontrada em terra firme. Encontra-se também com menor freqüência nas vertentes das colinas, em solos bem drenados.
Características Morfológicas: A andiroba é uma árvore de múltiplo uso, fornecendo um dos óleos medicinais mais utilizados na Amazônia, madeira de alta qualidade e casca medicinal.  Árvore de grande porte, com crescimento rápido, chegando a medir até 30 m de altura. Encontrada freqüentemente formando associações. Possui quase sempre fuste reto com sapopemas, cilíndrico, sem defeito. A casca é cinzenta e grossa, tem sabor amargo e desprende-se facilmente em grandes placas. Copa de tamanho médio e bastante ramosa. Folhas grandes compostas, pinadas, escuras e pendentes, com pecíolos longos, alternas, com 30-60 cm de comprimento e até 50 cm de largura. Inflorescência em panículas axilares, principalmente nas extremidades dos ramos, com cerca de 30 cm de comprimento. As flores pequenas têm cor creme. Frutos cápsulas globosas deiscentes, com 6-8 cm de diâmetro, que se abrem quando caem no chão, liberando do seu interior de 8-16 sementes, com casca coriácea, ferrugínea e polpa branca, tenra, amarga, com 70% de um óleo espesso e amargo, de cor amarelo-escuro, conhecido também como "azeite de andiroba", excelente para saboaria e iluminação. A semente é tetragonal ou cuneiforme, convexa no lado dorsal. Nem todos os anos as árvores de andiroba produzem frutos. Produz de 50 a 200 kg de sementes por árvore anualmente. A produção varia muito, pois nem todas as árvores frutificam sempre. Cem quilos de sementes produzem aproximadamente 18 litros de óleo. Espécie de grande valor pela abundância e teor oleaginoso de suas sementes e largo uso de sua madeira.
Informações Ecológicas: Árvore perenifólia, heliófita, da mata primária, característica de várzeas úmidas e inundáveis. Apresenta boa regeneração natural nas capoeiras de várzeas. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis.
Fenologia: Normalmente, produz de flores a cada três anos. Sua floração ocorre com maior intensidade de janeiro a março, podendo se estender até abril. Entretanto, floresce de agosto a outubro na Amazônia, frutificando de janeiro a maio.


Obtenção de Sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura e queda espontâneas apresentando coloração café esverdeado ou, recolher as sementes no chão logo após a queda. No primeiro caso, deixar os frutos ao sol para completar a abertura e liberação das sementes. Um quilograma de sementes contém aproximadamente 55 unidades, medindo de 40-65 mm de comprimento por 30-45 mm de largura.
Produção de Mudas: Colocar as sementes para germinação, logo que colhidas e sem nenhum tratamento, diretamente em recipientes individuais contendo substrato rico em material orgânico, e mantidos em ambiente semi-sombreado; cobrir as sementes com uma camada de 1 cm de substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A germinação é hipógea, a emergência ocorre em 25-35 dias e geralmente é elevada com sementes frescas, sendo que o índice de emergência varia de 88 a 94%. O desenvolvimento das mudas é moderado, ficando prontas para o plantio no local definitivo em 6-7 meses, feito em plena abertura ou sob sombra com 50% de luz. O desenvolvimento das plantas no campo é rápido.
Armazenamento: Sua viabilidade em armazenamento é muito curta, pois as sementes são recalcitrantes. No entanto, existem testes recentes de armazenamento com sementes por um ano em sacos plásticos hermeticamente fechados com uma temperatura de 15ºC e umidade de 70%.

sexta-feira

Amescla - Trattinickia burserifolia

Nome Científico: Trattinickia burserifolia Martius.                                  
Família: Burseraceae.
Nomes Comuns: Amescla, Breu, Breu-Preto, Breu-Sucuruba, Surucubeira, Surucuba, Morcegueira, Mangue, Almécega, Almecegueira.
Ocorrência: Região Amazônica, principalmente nos Estados do Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso, Roraima e Maranhão na mata pluvial de terra firme.

Características Morfológicas: Árvore de grande porte, atingindo cerca de 30 m ou mais de altura. Produz anualmente abundante quantidade de sementes viáveis, prontamente dispersas pelas aves que ingerem a polpa carnosa que envolve as sementes.

Informações Ecológicas: Planta perenifólia, heliófita até ciófita, seletiva, xerófita, pioneira, característica exclusiva da mata pluvial Amazônica de terra firme. Apresenta freqüência elevada com dispersão mais ou menos contínua, porém, bastante irregular ao longo de sua área de distribuição. Ocorre principalmente no interior de capoeiras e capoeirões de terrenos elevados, arenosos e de média a baixa fertilidade.

Fenologia: Floresce durante um longo período do ano, predominando, entretanto durante os meses de setembro-outubro. Os frutos amadurecem principalmente no período de maio-junho.

Obtenção de sementes: Colher os frutos diretamente da planta quando iniciarem a queda espontânea, o que é facilmente notado pela presença de grande número de pássaros que passam a visitar as árvores, ou ainda coletá-los no chão após a queda. Em seguida deixá-los amontoados em sacos plásticos até a decomposição parcial de sua polpa para facilitar a remoção de sua semente através de lavagem em água corrente. Os frutos podem, ainda, ser imersos em água para amolecimento, maceração e retirada da polpa.  Após esse procedimento recomenda-se lavagem em água corrente. Um quilograma de sementes contém aproximadamente 2.925 unidades. 

Produção de Mudas: Colocar as sementes para germinação logo que colhidas em canteiros a pleno sol contendo substrato organo-arenoso. Em seguidas cobri-las com uma camada de 0,5 cm de substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 2-3 meses e a taxa de germinação é geralmente baixa. 

segunda-feira

Joannesia princeps - Cutieira


Joannesia princeps Vellozo (Euphorbiaceae), popularmente conhecida como boleira e cutieira, é uma árvore da família Euphorbiaceae, muito ameaçada de extinção, encontrada nas regiões norte, nordeste e sudeste, principalmente em floresta pluvial de mata atlântica (AZEVEDO; SILVA, 2006; BALBACH, 1981; LOPES et al., 2002). Os frutos contêm, geralmente, duas amêndoas que possuem 37% de óleo, sendo útil para fins medicinais e industriais (CHAVES; DAVIDE, 1996).

Na medicina popular, esta planta é indicada como purgativo, para perturbações menstruais, febre perniciosa, antimicrobiano, sífilis, escrofulose e inchaço (BALBACH, 1981; MORS; RIZZINI, 1966). O óleo das cascas da raiz é usado como laxante e o extrato das sementes exibe forte atividade anti-helmíntica (FREISE, 1929). A atividade anti-helmíntica foi atribuída a alcalóides isolados de diferentes partes da planta (ACHENBACH; BENIRSCHKE, 1997; FREISE, 1929). Além disto, neolignanas tais como isoamericanina A, americanol A, isoamericanol A e (±) 3,3’- bisdemetilpinoresinol foram identificadas nas sementes (WAIBEL et al., 2003).

Mais informações silviculturais:


  • Altura estimada: 20 m.
  • Diâmetro: 10 m.
  • Ambiente: Pleno Sol.
  • Clima: Tropical úmido, Equatorial.
  • Época de Floração: Inverno.
  • Propagação: Sementes.
  • Mes(es) da Propagação: Março, Abril, Maio.
  • Persistência das folhas: Caduca.
  • Obs: Prefere terrenos secos. A madeira é útil para a produção de celulose e canoas. O óleo das sementes é medicinal e pode substituir o óleo de linhaça. Esta espécie pode ser usada para sombreamento de pastos. A floração se dá junto com o surgimento da folhagem nova.

Saiba mais sobre esta espécie: 




Referências citadas:

ACHENBACH, H.; BENIRSCHKE, G. Joannesialactone and other compounds from Joannesia princeps. Phytochemistry, v.45, p.149-57, 1997.

AZEVEDO, S. K. S.; SILVA, I. M. Plantas medicinais e de uso religioso comercializadas em mercados e feiras livres no Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Acta Bot Bras., v.20, p.185-94, 2006.

BALBACH, A. A Flora Nacional na Medicina Doméstica. 17. ed. São Paulo: Edificação do Lar, 1989. 919p.

CHAVES, M. M. F.; DAVIDE, A. C. Caracterização morfológica de frutos, sementes e plântulas de Joannesia princeps Vell. – Euphorbiaceae. Rev Bras Sementes, v.18, p.208-13, 1996.

FREISE, F. W. Einig unbekannte. Anthelmintica Brasiliens. Deutsche Apotheker-Zeitung, v.44, p.1480-2, 1929.

LOPES, W. P.; SILVA, A. F.; SOUZA, A. L.; MEIRA NETO, J. A. A. Estrutura fitossocióloga de um trecho de vegetação arbórea no parque estadual do Rio Doce - Minas Gerais, Brasil. Acta Bot Bras, v.16, p.443-56, 2002.

MORS, W. B. ; RIZZINI, C. T. Useful plants of Brazil. San Francisco: Holden Day Inc., 1966. 160p.


WAIBEL, R.; BENIRSCHKE, G.; BENIRSCHKE, M.; ACHENBACH, H. Sesquineolignans and other constituents from the seeds of Joannesia princeps. Phytochemistry, v.62, p.805-11, 2003.


quarta-feira

Munguba (Pachira aquatica Aubl)

Munguba (Pachira aquatica Aubl) é uma árvore da família Malvaceae nativa da América Central e do Sul em áreas alagáveis.
A Pachira aquatica conhecida vulgarmente como munguba é uma árvore frondosa, cujas folhas pecioladas e digitadas apresentam de 5a 9 folíolos verde-escuro. Suas flores com 5 pétalas muito grande são castanho-avermelhadas (Barroso et al. 1978).
 Estudos desenvolvidos sobre a composição das sementes demonstram que a que a Pachira aquatica tem um elevado teor de óleo(44,1%) sendo o ácido palmítico o seu principal componente.
Observou-se também a existência de proteína com alto teor de triptofano. Testes efetuados toxicológicos realizados sobre a Pachira aquatica apresentou discreta toxicidade e não apresentou evidencias citotóxicas, não foi observada atividade bactericida (Charlene K. S. Pereira, Cínara S. Vidal, Max R. Quirino e Marçal Q. Paulo).
Espontaneamente, a árvore vegeta em locais úmidos, nas margens e nos barrancos de rios e lagoas, ou em terrenos alagadiços e brejosos, de onde provém a aquática do seu nome científico. No entanto, a monguba adapta-se facilmente a condições bem diversas de solo e clima. Em geral, a monguba é árvore de tamanho variável, bastante frondosa, possuindo uma copa densa e arredondada. Por tais qualidades e pela beleza e exotismo de suas grandes flores amarelas de pontas avermelhadas, é árvore de reputada função ornamental. A monguba é, inclusive, bastante utilizada na arborização das ruas, provando sua adaptabilidade e sua capacidade de medrar até mesmo em terrenos secos (Cronquist 1981).
Embora seja espécie muita conhecida, adaptável ao cultivo, de frutos saborosos e de variadas utilidades, a monguba é pouco utilizada pelos brasileiros, não sempre reconhecida como espécie de importância para a exploração econômica, o que é um equívoco. As belas monguba produzem anualmente grandes quantidades de frutos, disputados avidamente pela fauna. Deles, aproveita-se às sementes. Sendo da mesma família das paineiras, as sementes da monguba, que permanecem guardadas em grandes e compridas cápsulas de coloração castanho-avermelhadas e de aparência aveludada, ficam envoltas em meio a uma paina branca.
As castanhas são comestíveis e podem ser consumidas cruas, assadas sobre a brasa, fritas em óleo, cozidas com sal ou torradas, produzem bebidas como o café.
Sinonímia: castanheiro-do-maranhão, cacau-selvagem, castanheira da água, castanheiro-de-guiana, mamorana, munguba, mungaba. Curiosamente, é chamada nos EUA de MONEYTREE

Pragas:
Eucroma - Euchroma gigantea (Coleoptera: Buprestidae)
As larvas infestam a madeira podendo provocar a queda da árvore.






Mais Insetos associados 

Além de E. gigantea há registros de moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae), Bemisia sp. (Hemiptera: Aleyrodidae); Dryoctenes scrupulosa (Germar, 1824) e Steirastoma brevis (Sulzer, 1776) e Steirastoma depressum (Sulzer, 1776) (Coleoptera: Cerambycidae); percevejos-manchadores do gênero Dysdercus (Hemiptera: Pyrrochoridae); Coptotermes gestroi (Wasmann, 1896) (Isoptera: Rhinotermitidae) e Heterotermes sp. (Isoptera: Termitidae); Psylla floccosa Patch, 1909 (Hemiptera: Psyllidae), Palindia detracta Walsh. (Lepidoptera: Pyralidae), Phelypera shuppeli (Boheman, 1834) (Coleoptera: Curculionidae); Metcalfiella pertusa (Germar, 1835) (Hemiptera: Membracidae), Toxoptera citricida (Kirkaldy, 1907) (Hemiptera: Aphididae), Aspidiotus destructor Signoret, 1869 (Hemiptera: Diaspididade), Dorisiana sp. e Quesada gigas (Olivier, 1790) (Hemiptera: Cicadidae).





Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Monguba
FONSECA, A. P. P. 2010. Aspectos Biológicos de Euchroma gigantea (Linnaeus, 1758) (COLEOPTERA: BUPRESTIDAE) EM Pachira aquatica Aubl. (1775) (BOMBACACEAE) (Dissertação mestrado) Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas. RIO LARGO, ESTADO DE ALAGOAS, BRASIL 

sexta-feira

Kigelia pinnata - árvore-da-salsicha

Árvore com porte entre 7 a 10 metros é conhecida também como árvore-da-salsicha. Pertence á família das bignoniáceas e é originária de Moçambique, país de colonização portuguesa no continente africano. Ela se desenvolve muito bem aqui no Brasil, porém é pouco conhecida, seu cultivo ainda é restrito a jardins de colecionadores de árvores e jardins botânicos. Seu efeito ornamental é muito interessante, primeiramente solta cachos longos com flores vermelhas grandes e vistosas bastante atrativas a abelhas. Posteriormente formam-se os frutos compridos e lenhosos dando uma aparência no mínimo curiosa à árvore. Pode ser usada em paisagismo plantada em parques e jardins espaçosos.


Luz: Pleno sol
Solos: Vários tipos de solos, preferencialmente os mais ricos em matéria orgânica.
Clima: Tropical e subtropical.
Origem: Moçambique

Fotos: ESALQ-USP
Fonte: www.fazendacitra.com.br

terça-feira

Abricó-de-macaco - Couroupita guianensis

Couroupita guianensis é uma planta originária da Amazônia. O gênero Couroupita vem do nome popular “Kouroupitoumon”, como é conhecida na Guiana Francesa, onde foi estudada pela primeira vez. Esta árvore pertence à família das lecitidáceas, a mesma da castanha do Brasil, e pode alcançar até 30 m de altura e 60 cm de diâmetro. Seus frutos são bolas marrons grandes que chegam a pesar mais de 3 kg. Sua madeira é leve e, por isso, é muito usada para a confecção de caixotes e brinquedos.
Conhecida popularmente como abricó-de-macaco e castanha de macaco, entre outros nomes, é uma das mais estranhamente belas árvores brasileiras. Não há quem não se impressione com o seu exotismo.
Árvore muito usada para paisagismo devido as suas vistosas e magníficas flores que se agarram diretamente ao tronco durante quase todo o ano, esta árvore embeleza os campi da Cidade Universitária da Ilha do Fundão e da Praia Vermelha. Há um lindo conjunto de espécimes de abricó-de-macaco em frente ao prédio da Reitoria.
As flores do abricó-de-macaco exalam um cheiro suave que lembra o aroma de rosas. Os frutos, quando caem, apodrecem e liberam um odor muito desagradável.
Os frutos contêm entre seus constituintes químicos uma substância conhecida como índigo, que é o corante usado para tingir de azul as calças “jeans” – vestimenta preferida dos universitários brasileiros. É devido à presença do índigo que a polpa do fruto, ao se quebrar, adquire coloração azulada. 
O Correio brasileiro, através da Casa da Moeda do Brasil, emitiu no dia 20 de maio de 2002, na cidade de Manaus, um selo que estampa uma linda flor de Couroupita guianensis, como forma de divulgar essa bela árvore brasileira.

Dedaleiro - Lafoensia pacari St. Hil

Lafoensia pacari St. Hil., também conhecida como dedaleiro, louro-da-serra, mangaba-brava, copinho, dedal, entre outros, é uma espécie arbórea nativa com ocorrência nas florestas de altitude, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul até Santa Catarina.

É uma planta decídua, indiferente às condições físicas do solo; ocorre também no cerrado, onde seus exemplares apresentam menor desenvolvimento. 
 
Sua dispersão é ampla, porém descontínua, nunca formando grandes populações; produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis. Sua madeira pode ser utilizada para obras externas e internas, marcenaria, cabos de ferramentas, moirões, construção civil e tabuado em geral. 
Apresenta boas características ornamentais, sendo bastante utilizada no paisagismo e na arborização urbana (Lorenzi, 2000). Em Curitiba está entre as 10 espécies mais utilizadas na arborização das ruas (Milano, 1984).
Também é recomendada para reflorestamentos mistos na recomposição de áreas degradadas (Lorenzi, 2000) e para recomposição de mata ciliar em locais bem drenados ou com inundações periódicas de rápida duração (Carvalho, 2003).
É utilizada pela população brasileira como febrífugo 8, cicatrizante 4 e tônico 9. Ensaios farmacológicos, empregando extrato de folha e caule, têm comprovado as atividades antifúngica, antimicrobiana e antiinflamatória, bem como a presença de anti-radicais livres.