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quarta-feira

Aroeira-salsa (Schinus molle L.)

Nome Científico: Schinus molle L. (Família Anacardiaceae)



Schinus molle L. (aroeira-salsa, aroeira-periquita, aroeira, aroeira-vermelha, aguará-ybá-guassú (dos guaranis) aroeira-do-amazonas, aroeira-folha-de-salso, aroeira-salso, corneiba (dos tupis), pimenteira-do-peru, anacauíta, araguaraíba, aroeira-mansa, fruto-de-sabiá, pimenteiro, terebinto, aroeira-periquita, aroeira mole, Lentisco, Lentisque, poivrier d´Amerique, poivrier du Perou, Califórnia peper tree, Pfefferstrauch) é uma espécie nativa da América do Sul, pertencente à família Anacardiaceae. No Brasil, ocorre do Pernambuco ao Rio Grande do Sul em diversos tipos de formações vegetais.
Apresenta diversas aplicações, na extração de taninos, em paisagismo e como planta medicinal, pois possui propriedade antiespasmódica, anti-reumática, emenagoga, antiinflamatória e cicatrizante.
Além destas aplicações, produz, entre outros compostos, flavonóides, taninos e óleos essenciais ricos em mono e sesquiterpenos, Resinas, Alcalóides, Saponinas esteroidais, Esteróides, Triterpenos, cis-sabinol, p-cimeno, limoneno, simiarinol, alfa e beta pineno, delta-caroteno, alfa e beta felandeno, terechutona. De todos os metabólitos secundários sintetizados pelos vegetais, os alcalóides e os óleos essenciais formam o grupo de compostos com maior número de substâncias biologicamente ativas. Os óleos essenciais, em especial, atuam como inibidores da germinação, na proteção contra predadores, na atração de polinizadores, na proteção contra perda de água e aumento da temperatura.
Trabalhos desenvolvidos com extratos brutos ou óleos essenciais, obtidos a partir de plantas medicinais têm indicado seu potencial no controle de fitopatógenos, agentes causadores de doenças em vegetais que acarretam perdas significativas na produção, destruição de grãos durante a estocagem, diminuição do valor nutritivo e, algumas vezes, produção de micotoxinas prejudiciais ao homem e aos animais. Cerca de 60% dos óleos essenciais possuem atividades antifúngicas e 35% exibem propriedades antibacterianas.
Indicações e propriedades terapêuticas: Azia, gastrite, febre, cistite, uretrite, diarréia, blenorragia, tosse, bronquite, reumatismo, íngua, dor-de-dente, gota, ciática. Anti-diarréica, antileucorréica, adstringente, balsâmica, diurética, emenagoga, purgativa, estomáquica, tônica, vulnerária, antiinflamatória, fungicida e bactericida.

Parte utilizada: 
Casca, folíolos, sementes, frutos, óleo resinas.

Princípios ativos:
Óleo essencial: rico em mono e sesquiterpenos, em teor de 1% para as folhas e 5% para os frutos.
Taninos, Resinas, Alcalóides, Flavonóides, Saponinas esteroidais, Esteróides, Triterpenos. Para as sementes é citado um teor de óleo fixo da ordem de 14%.
Contra-indicações:
Em todas as partes da planta foi identificada a presença pequena de alquil-fenóis, substâncias causadoras de dermatite alérgica em pessoas sensíveis. Sentar-se à sombra desta aroeira implica grandes riscos, pelos efeitos perniciosos que pode provocar. As partículas que se desprendem de sua seiva e madeira seca podem causar uma afecção cutânea parecida com a urticária, edemas, febre e distúrbios visuais. O uso das preparações de aroeira deve ser revestido de cautela por causa da possibilidade de reações alérgicas na pele e mucosas. Caso isto aconteça, suspenda o tratamento e procure o médico o mais cedo possível.

Outros usos:
Devido ao alto teor de tanino, é empregada nos curtumes para curtir peles e couros. As folhas maduras passam por forrageiras. No Peru, a aroeira é utilizada após fermentação para se fazer vinagre e bebida alcoólica.

Uso culinário:
A pequena semente do fruto da aroeira vermelha, redondinha e lustrosa, inscreve-se entre as muitas especiarias existentes e que são utilizadas essencialmente para acrescentar sabor e refinamento aos pratos da culinária universal. O sabor suave e levemente apimentado da aroeira vermelha, bem como sua bonita aparência, de uso decorativo, permite o seu emprego em variadas preparações, podendo ser utilizada na forma de grãos inteiros ou moídos. No entanto, a aroeira é especialmente apropriada para a confecção de molhos que acompanham as carnes brancas, de aves e peixes, por não abafar o seu gosto sutil.
Introduzida na cozinha européia, com o nome de aroeira poivre rose (pimenta-rosa), a aroeira vermelha acrescentou um gostinho tropical à nouvelle cuisine.

Uso medicinal:
As cascas e folhas secas da aroeira são utilizadas contra febres, problemas do trato urinário, contra cistites, uretrites, diarréias, blenorragia, tosse e bronquite, problemas menstruais com excesso de sangramento, gripes e inflamações em geral. Sua resina é indicada para o tratamento de reumatismo e ínguas, além de servir como purgativo e combater doenças respiratórias.
Emprega-se também contra a blenorragia, bronquites, orquites crônicas e doenças das vias urinárias.
Seu óleo resina é usado externamente como cicatrizante e para dor-de-dente.
A resina amarelo-clara (a qual endurece ao ar tornando-se azulada e depois pardacenta), proveniente das lesões das cascas, é medicamento de larga aplicação entre os sertanejos, como tônico, nos casos em que usam cascas.
Em outros tempos, a aroeira foi utilizada pelos jesuítas que, com sua resina, preparavam o " Bálsamo das Missões ", famoso no Brasil e no exterior.
A planta inteira é utilizada externamente como anti-séptico no caso de fraturas e feridas expostas. O óleo essencial é o principal responsável por várias atividades desta planta, especialmente à ação antimicrobiana contra vários tipos de bactérias e fungos e contra vírus de plantas, bem como atividade repelente contra a mosca doméstica. Este óleo essencial, rico em monoterpenos, é indicado em distúrbios respiratórios. É eficaz em micoses, candidíases (uso local) e alguns tipos de câncer (carcinoma, sarcoma,etc.) e como antiviral e bactericida. Possui ação regeneradora dos tecidos e é útil em escaras, queimaduras e problemas de pele.
Externamente, o óleo essencial da aroeira brasileira utilizado na forma de loções, gels ou sabonetes, é indicado para limpeza de pele, coceiras, espinhas (acne), manchas, desinfecção de ferimentos, micoses e para banho.
Em muitos estudos in vitro, extratos da folha da aroeira brasileira demonstram ação antiviral contra vírus de plantas e apresentam ser citotóxicos para 9 tipos de câncer das células.

Em banhos é utilizado o decocto da casca de aroeira para combater úlceras malignas.

Características: 
Espécie arbórea com altura entre 4 e 8 metros e tronco com 25 a 35 cm de diâmetro, revestido por casca grossa e escamosa. Suas folhas são compostas, sem estípulas, com 9-25 folíolos linear-lanceolados a lineares, subcoreáceos, glabros, com 3-8 cm de comprimento e de margens serreadas. As flores amareladas e pouco vistosas são reunidas em inflorescências e os frutos são drupas globosas e de coloração vermelha.
Locais de Ocorrência: Relatos indicam a ocorrência desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul.

Madeira: 
Dura, pouco elástica, com alburno escuro e de excelente durabilidade. É utilizada para confecção de mourões, esteios, trabalhos de torno, obras hidráulicas e na construção civil. Além disso, a casca pode ser empregada para curtir couro e o córtex para produção de resina. 

Aspectos Ecológicos: 
Espécie pioneira e perenifólia capaz de suportar sombreamento mediano. É considerada uma das espécies precursoras mais agressivas em solos pedregosos e drenados. Além disso, é altamente tolerante à secas, resiste à geadas e apresenta boa capacidade de regeneração natural. Floresce entre os meses de agosto e novembro e a maturação dos frutos ocorre entre dezembro e janeiro, permanecendo, contudo, na árvore, até março. Por ser uma árvore ornamental e de pequeno porte, é amplamente empregada no paisagismo em geral.

Frutifica em: Março e Outubro.

Curiosidade: 
O Brasil é produtor das sementes e exporta para a França. A França nos revende com uma embalagem bonita a um preço elevado. No mercado podemos encontrar a pimenta-rosa sendo vendida numa média de R$ 10,00 por 30g.


Literatura consultada:

ALMEIDA, E.R. Plantas medicinais brasileiras: conhecimentos populares e científicos. São Paulo: Hemus, 341 p., 1993.

CARVALHO P.E.R. 1994. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Brasília: EMBRAPA.

CIAGRI - Banco de plantas medicinais, aromáticas e condimentares da Universidade do Estado de São Paulo. Disponível em:

LORENZI, Harri. Árvores brasileiras. Nova Odessa-SP-Brasil: Editora Plantarum, v. 1. 1992.

LORENZI, HARRI; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil. Nova Odessa: Editora Plantarum, 2002.

PIVA M.G. 2002. O caminho das plantas medicinais: estudo etnobotânico. Rio de Janeiro: Mondriam.

SANGUINETTI. E.M. Plantas que Curam. 2a. ed. Porto Alegre, RS: Editora Rigel,1989.

SANTOS, A.C.A.; ROSSATO, M.; SERAFINI, L.A.; BUENO, M.; CRIPPA, L.B.; SARTORI, V.C.; DELLACASSA, E.; MOYNA, P. Efeito fungicida dos óleos essenciais de Schinus molle L. e Schinus terebinthifolius Raddi, Anacardiaceae, do Rio Grande do Sul. Rev. bras. farmacogn., Curitiba , v. 20,n. 2, May 2010.

SIMONETE, Gualtero. Guide to herbs and spices. Nova York : Simon & Schuster-s, 1990.

Instituto Brasileiro de Florestas - Saiba mais: http://www.ibflorestas.org.br/lista-de-especies-nativas/504-aroeira-salsa.html

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segunda-feira

Espécies frutíferas para a Ictiofauna


Muitas são as espécies arbóreas que produzem frutos e servem de alimento para peixes. Na natureza, naturalmente, ao longo de rios e riachos nas florestas podemos encontrar muitas destas espécies consideradas fonte preciosa de alimento. Dentre estas fiz uma relação de espécies nativas e exóticas que podem ser plantadas nas margens dos rios, riachos e lagos para fornecer alimento para peixes.

Mangifera indica (Anacardiaceae), Spondias lutea (Anacardiaceae), Astrocaryum jauari (Arecaceae), Bactris spp. (Arecaceae), Scheelea phalerata (Arecaceae), Acrocomia aculeata (Arecaceae), Copernica alba (Arecaceae), Euterpe oleraceae (Arecaceae), Mauritia flexuosa (Arecaceae), Syagrus oleracea (Arecaceae), Astrocaryum ulei (Arecaceae), Bactris gasipaes (Arecaceae), Syagrus romanzoffiana (Arecaceae), Euterpe edulis (Arecaceae), Oenocarpus minor (Arecaceae), Astrocaryum tucuma (Arecaceae), Butia spp. (Arecaceae), Crescentia amazonica (Bignoniaceae), Crescentia cujete (Bignoniaceae), Pseudobombax munguba (Bombacaceae), Pseudobombax marginatum (Bombacaceae), Crataeva tapia (Capparaceae), Licania parviflora (Chrysobalanaceae), Couepia uiti (Chrysobalanaceae), Cayaponia podantha (Cucurbitaceae), Cassia leiandra (Fabaceae), Inga spp.(Fabaceae), Macrolobium acaciifolium (Fabaceae), Macrolobium multijugum (Fabaceae), Hevea spruceana (Euphorbiaceae), Sapium obovatum (Euphorbiaceae), Banara arguta (Flacourtiaceae), Ocotea suaveolens (Lauraceae), Eschweilera tenuifolia (Lecythidaceae), Byrsonima orbignyana (Malpighiaceae), Mouriri guianensis (Melastomataceae), Trichilia catigua (Meliaceae), Ficus spp. (Moraceae), Psidium guajava (Myrtaceae), Psidium guineense (Myrtaceae), Pouteria glomerata (Sapotaceae), Solanum varium (Solanaceae),Alibertia sp. (Rubiaceae), Bothriospora corymbosa (Rubiaceae), Genipa americana (Rubiaceae), Celtis spinosa (Ulmaceae), Vitex cymosa (Verbenaceae).

Fonte:

Morais, F. F.; Silva, C. J. Conhecimento ecológico tradicional sobre fruteiras para pesca na Comunidade de Estirão Comprido, Barão de Melgaço - Pantanal Matogrossense. Biota Neotrop., vol. 10, no. 3

Maia, L. A; Chalco, F. P. Produção de frutos de espécies da floresta de várzea da Amazônia central importantes na alimentação de peixes. Acta Amazonica 32 (1): 45-54. 2002

domingo

Sibipiruna - Cenostigma pluviosum

Nome Científico: Cenostigma pluviosum (DC.) Gagnon & G.P.Lewis.
Sinonímia: Poincianella pluviosa (DC.) L.P.Queiroz.
Família: Fabaceae (Leguminosae)


Características Morfológicas: Esta árvore tem, em média, entre oito e 16 metros de altura, com um tronco que varia de 30 a 40 centímetros de diâmetro. As folhas são compostas bipinadas, com 20 a 25 centímetros de comprimento.


Origem: Brasil. Aparentemente é nativa da Mata Atlântica, mas também há registro de exemplares no Pantanal mato-grossense e outras regiões do país.


Ocorrência Natural: Matas primárias e secundárias.


A sibipiruna é uma árvore típica da Mata Atlântica, de grande porte, perenifólia, chegando a medir mais de 20 metros de altura (normalmente entre 6-18m) com copa arredondada e muito vistosa. Comum em ruas, parques e avenidas de muitas cidades do Brasil é facilmente confundida com outras espécies como o pau-brasil ou pau-ferro pela semelhança da sua folhagem. Muito utilizada na arborização em diversas cidades do Brasil e especialmente na cidade de São Paulo. A cidade de Maringá, no Paraná, possui arborização com 80% em sibipiruna.


É indicada para plantios mistos em áreas degradadas de preservação permanente. Além de ornamentar passeios públicos, a madeira da sibipiruna tem várias aplicações práticas, sendo usada tanto na construção civil (para a confecção de ripas e caibros) como na estrutura de móveis e caixotaria, pois é bastante resistente.
Floresce entre agosto e novembro.  Suas inflorescências são amarelas.

As folhas são bipinadas com haste central de 20–25 cm de comprimento com 8-9 pares de pinas, cada uma com cerca de 11-13 pares de folíolos de 10-12mm por pina. A floração ocorre entre a partir de agosto podendo estender-se até o final do verão, produzindo inflorescências em rácemos cônicos eretos com flores amarelas. A frutificação dá origem a vagens compostas de duas valvas secas, lenhosas, longas e coriáceas com 7,6-12,0 cm de comprimento por 2,7-3,1 cm de largura. Quando maduras, as vagens rompem-se por torção em deiscência explosiva arremessando de 1-5 sementes. Estas são comprimidas, irregularmente circulares, transversas, ovato-obovadas ou orbiculares a subglobosas, com testa dura e muito rígida, clara, grossa ou sem albúmen, provida de um bico no hilo e marginada. 

Pragas:

Psylla sp. (Hemiptera: Psyllidae)

Psilídeo de alguns milímetros de comprimento, com a aparência de minúsculas cigarras, que suga constantemente os brotos novos durante a floração da sibipiruna, e liberam uma secreção pegajosa.



Saiba mais:

Nogueira-de-iguape - Aleurites moluccana

Espécie: Aleurites moluccana
Família: Euphorbiaceae
Nome popular: Nogueira-de-iguape, nogueira-brasileira, noz-da-índia

É uma árvore ornamental, símbolo do Havaí, que pode atingir até 20 metros de altura, copa com aproximadamente 8 metros de diâmetro, folhas  semi-caducas e face inferior prateada. As sementes são oleaginosas. Floração branca nos meses de outubro a novembro.
Origem: Nativa da Ásia tropical, Índia, Indonésia, Ilhas Molucas e Malásia.
Usos: Na arborização urbana pela folhagem prateada e floração. O óleo das sementes têm uso culinário, cosmético, para secar vernizes, iluminação, fabricação de velas e sabão. As sementes polidas são utilizadas em bijuterias. Fornece tinta para tecidos, canoas e tatuagem. A madeira é pouco resistente e raramente utilizada.

Várias partes da planta são tóxicas.
PRINCÍPIO ATIVO: Toxialbumina, saponina
SINTOMATOLOGIA: Náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia, seguidos de sede, secura de mucosas, letargia. Em casos com maior gravidade, desidratação, midríase, letargia, cianose e hipertermia.


Mais informações:
http://agroforestry.net/tti/Aleurites-kukui.pdf

quarta-feira

Tatajuba - Bagassa guianensis



Nome Científico: Bagassa guianensis Aubl.
Família: Moraceae.
Nomes Comuns: Tatajuba, Garrote (RO), Amarelão, Bagasse, Jawahedan, Burra Leiteira, Bagaceira (AM), Amaparana, Tatajuva.

Ocorrência: Região Amazônica (Acre, Rondônia, Amazonas, Pará e Maranhão). Encontrada nos arredores de Belém, Norte de Óbidos e entre os rios Tocantins, Xingu e Tapajós até o município de Parintins, no Baixo Amazonas até o estuário, onde ocorre na mata de terra firme e em solo argiloso. Ocorre, também, nas Guianas.
Características Morfológicas: Planta dióica, de 15-30 m de altura, dotada de copa alongada e rala. Tronco reto e cilíndrico, de 40-80 cm de diâmetro, com casca espessa, fibrosa, porém mole, liberando um látex branco abundante quando cortada, o qual coagula em contato com o ar. Folhas simples, opostas, trinervadas, inteiras ou trilobadas (plantas jovens), a lâmina de consistência membranácea, discolor, com a face superior ligeiramente áspera ao tato, 12-18 cm de comprimento por 8-14 cm de largura, sobre pecíolo de 4-6 cm. Inflorescências masculinas com flores pequeníssimas compactas em espigas de cerca de 5 cm e, as femininas em capítulos globosos solitários. Fruto globoso de superfície granulosa, com polpa carnosa, adocicada e adstringente, com numerosas sementes achatadas. 
Informações Ecológicas: Planta semidecídua, heliófila até ciófita, seletiva xerófita, característica e exclusiva da floresta pluvial Amazônica, onde apresenta, de maneira geral, freqüência moderada a elevada, não obstante muito descontínua e irregular ao longo de sua área de distribuição. Apresenta boa regeneração em áreas abertas e em capoeiras, preferindo terrenos bem drenados e férteis situados em elevações do terreno. Produz anualmente moderada quantidade de sementes viáveis, prontamente disseminadas pela fauna em geral.
Fenologia: Floresce durante os meses de abril até agosto. Os frutos amadurecem a partir de setembro e prolongam-se até fevereiro.
Obtenção de Sementes: Recolher os frutos no chão sob a árvore logo após a maturação e queda espontânea. Em seguida deixá-los amontoados em sacos plásticos até o apodrecimento da polpa para facilitar a remoção das sementes através da lavagem em água corrente dentro de uma peneira fina. Após a secagem à sombra por 24 horas estarão prontas para serem semeadas. Um quilograma de sementes contém cerca de 165 mil unidades.
Produção de Mudas: Colocar as sementes para germinação logo que colhidas em canteiros a pleno sol contendo substrato arenoso. Em seguidas cobri-las com uma fina camada do substrato peneirado. A emergência ocorre em poucas semanas e a taxa de germinação é inferior a 50%. Transplantar as mudas para embalagens individuais quando com 5-7 cm. O desenvolvimento das plantas é rápido no habitat natural.

terça-feira

Sumaúma - Ceiba pentandra



Nome Científico: Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Família: Bombacaceae.
Nomes Comuns: Sumaúma, Samaúma, Sumaúma da Várzea, Sumaumeira, Árvore-da-Seda, Árvore-da-Lã, Paina-Lisa, Sumaúma-Verdadeira.

Ocorrência: Toda a bacia amazônica, nas florestas inundadas ou pantanosas da várzea dos rios de águas brancas e, também, em formações secundárias comportando-se como pioneira, ocupando os lugares de terra preta; seus limites foram observados no norte do Estado de Mato Grosso. Ocorre naturalmente no México, Sul da América Central, Colômbia, Venezuela e Equador. Assinalada, também, na costa oeste da África, Ilha Andaman, na Península e Arquipélago de Malay. Introduzida nas Ilhas de Bermudas e Bahamas; cultivada na Flórida e Califórnia.
Características Morfológicas: Árvore de grande porte, com 30-40 m de altura, atingindo até 50 m, tronco dotado de enormes sapopemas basais, de 80-160 cm de diâmetro, com acúleos nos ramos novos. Folhas compostas, com 5-7 folíolos, digitadas, sustentadas por pecíolo de 28 cm; folíolos glabros na parte superior e pálidos na inferior. Flores com pétalas brancas a rosadas, dispostas em inflorescências densas. Fruto cápsula fusiforme, lisa, com 10 cm de comprimento, provido de pequenas sementes envoltas por pêlos (painas). Das sementes extrai-se um óleo amarelo-claro, próprio para saponificação e usado ainda na iluminação.
Informações Ecológicas: Espécie tropical, é um dos gigantes da floresta ombrófila da Amazônia legal. Planta decídua durante o florescimento, heliófita, seletiva higrófita, característica de terrenos muito úmidos e pantanosos da mata primária de várzea. Ocorre também em formações secundárias, comportando-se como planta pioneira.
Fenologia: Floresce durante os meses de agosto a setembro com a árvore quase totalmente despida da folhagem. Os frutos amadurecem em outubro e novembro.

Obtenção de Sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida levá-los ao sol para completar a abertura. Pode-se também recolher no chão as plumas contendo sementes nas proximidades da árvore após sua queda. As sementes envoltas pelas plumas devem ser separadas manualmente. Um quilograma de sementes contém aproximadamente 7.500 unidades. 
Produção de Mudas: Colocar as sementes para germinação, logo que colhidas e sem nenhum tratamento, em canteiros ou embalagens individuais contendo substrato organo-argiloso. Cobri-las com uma leve camada de substrato peneirado e irrigar diariamente, mantendo-as em ambiente semi-sombreado. A emergência ocorre em 5-10 dias e, a taxa de germinação é elevada para sementes novas. Transplantar as mudas dos canteiros para embalagens individuais quando alcançarem de 4 a 6 cm, as quais ficam prontas para plantio no local definitivo em 3-4 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é bastante rápido, atingindo facilmente 5-6 m aos 2 anos.
Armazenamento: As sementes apresentam uma viabilidade superior a 6 meses em armazenamento.

segunda-feira

Paricá - Schizolobium amazonicum



Nome Científico: Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke.
Família: Leguminosae – Caesalpinoideae.
Nomes Comuns: Paricá, Pinho Cuiabano, Pinho Cuiabano Branco, Pinho Cuiabano Rosa, Bandarra, Faveira, Faveira Branca.

Ocorrência: Ocorre naturalmente em toda a Amazônia nas matas de terra firme. Em Mato Grosso e Rondônia é comum nas florestas latifoliadas semidecíduas. Ocorre ainda no Pará, Alcobaça no Tocantins, Altamira no Xingu, Monte Alegre, Rio Tapajós, Rio Branco de Óbidos, Lago Salgado no Trombetas, Rios Madeira e Solimões (AM).
Características Morfológicas: É uma árvore de porte médio a grande das florestas secundárias, apresentando grandes sapopemas e poucos galhos. Pode atingir mais de 25 m de altura e mais de 1,0 m de DAP (diâmetro a 1,30 m do solo). Crescimento excessivamente rápido. Quando nova apresenta o tronco de coloração verde, porém nos indivíduos velhos a casca fica esbranquiçada, sendo que a casca interna tem um odor desagradável de almíscar. O tronco é geralmente cilíndrico, as folhas são recompostas, bipinadas, longipecioladas, com ráquis lenhoso, grandes e elegantes, podendo alcançar mais de 1 m de comprimento, mas diminuem consideravelmente de tamanho quando velhas. Os folíolos se fecham quando são perturbados. A árvore apresenta características ornamentais, principalmente pelas belas flores de tonalidade amarela. O fruto é deiscente, com uma grande asa papirácea, possuindo uma única semente elíptica, lisa, brilhante e muito dura. Destaca-se sobre o fundo da mata por sua copa de um amarelo muito claro.
Informações Ecológicas: Planta pioneira, decídua e ocorre em mata primária e secundária de terra firme. O Paricá possui grande potencial para plantios em áreas degradadas, reflorestamento e sistemas agroflorestais.
Fenologia: Floresce em estado afilo, nos meses de setembro a novembro e frutifica em julho-agosto.

Obtenção de Sementes: Coletar as sementes logo quando iniciarem queda espontânea. Um quilo de sementes contém cerca de 990 a 1100 unidades.
Superação da dormência: A espécie apresenta dormência devido a impermeabilidade do tegumento à água. Para superar este tipo de dormência, tem se utilizado a escarificação da semente.
Produção de Mudas: As sementes apresentam elevado percentual de germinação, principalmente se forem jovens e submetidas a processos mecânicos, físicos ou químicos que abreviem o processo. A semente é colocada para germinar logo após o processo de quebra de dormência em substrato argilo-arenoso, em local semi-sombreado.

domingo

Mogno - Swietenia macrophylla



Nome Científico: Swietenia macrophylla King. 
Família: Meliaceae.
Nomes Comuns: Mogno, Aguano, Araputanga, Cedro í, Mogno Brasileiro, Cedrorana, Abuiá; Caoba das Honduras (Porto Rico); Chacalte (Guatemala); Caoba Americana (Colômbia); Mahogany, Brazilian Mahogany (EUA); Acajou Amerique (França).

Ocorrência: Árvore de larga distribuição desde a península de Yucatan até a Colômbia, Venezuela e Peru. No Brasil sua distribuição vai das bacias superiores do Juruá e Purus, passando pela bacia do médio Madeira, norte de Mato Grosso e sul do Pará (bacias do alto Tapajós e alto Xingu) e estendendo-se para o nordeste até o médio Tocantins e o vizinho rio Balsas (afluente do rio Parnaíba, no extremo sul do Maranhão) e terminando no médio Capim, a sudeste de Belém do Pará. É abundante nas terras úmidas, algumas vezes pantanosas, porém freqüente nas ribanceiras ou ladeiras bem drenadas, que recebem alta precipitação; nas florestas altas de terra firme, mas sendo também encontrado nos campos altos, onde o porte embora reduzido, prevalece sobre as demais espécies.
Características Morfológicas: Espécie clímax. Árvore de grande porte, decídua, atingindo até 24-30 m x 50-80 cm podendo chegar a 50 m x 200 cm, podendo fornecer fuste retilíneo de 20-27 m. A casca é pardo-avermelhada-escura, inteiramente rosada, espessa, profundamente sulcada. Apresenta copa cilíndrica, de folhagem densa, fortemente verde, persistente e glabra, com ramificação pesada e bem distribuída. Folhas paripinadas, do tipo composta, alternas de forma ovalada, de 25-54 cm de comprimento, glabras com 8-10 folíolos opostos.  Inflorescência em panículas densas terminais ou axilares, de 15-25 cm, flores hermafroditas com cinco pétalas e o tamanho é de 0,9 cm, de cores brancas ou cremes. O fruto é do tipo cápsula, seco, de cor marrom, de 12-16 cm de comprimento por 8-10 cm de diâmetro. A cápsula é septicida, lenhosa, parede espessa e pesada, deiscente, que se abre em cinco partes, liberando as sementes aladas (sâmaras), com expansão aliforme e papirácea para um só lado. A semente é de cor vermelho-pardacento. Sementes numerosas, achatadas com núcleo seminífero basal. 
Informações Ecológicas: Planta semidecídua ou decídua, heliófila. Plântulas consideradas dependentes de clareiras. A dispersão é anemocórica.

Fenologia:
Floresce imediatamente após a renovação das folhas, durante os meses de novembro a janeiro. A frutificação e amadurecimento dos frutos se dão ao mesmo tempo com a queda das folhas no mês de setembro, prolongando-se até meados de novembro.

Obtenção de Sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida levá-los ao sol para completar a abertura e liberação das sementes; é conveniente remover sua asa para reduzir o volume e facilitar uma cobertura mais homogênea no canteiro. O número de sementes por quilograma é de 1300-2300, sendo que sem a asa a semente mede cerca de 20-25 mm de comprimento por 12-14 mm de largura. A germinação é hipógea e o índice germinativo de 87-96%. A capacidade germinativa é alta e o período de germinação é de 20-25 dias. As sementes são viáveis durante os primeiros 3-4 meses à temperatura e umidade ambientes, podendo ser conservadas por mais tempo em temperatura de 4ºC, ou por até um ano em câmara seca (30% de UR) a 12°C. A semeadura pode ser feita em sulcos com 60 a 80 sementes por m2 ou separadamente, sendo uma semente por recipiente. O solo deve ser mantido úmido e os canteiros cobertos durante os primeiros três meses. Nestas condições, apresenta 97% de sobrevivência na repicagem.
Produção de Mudas: Colocar as sementes para germinar logo que colhidas, em canteiros ou diretamente em recipientes individuais contendo substrato organo-argiloso e mantidos em ambiente semi-sombreado; cobri-las com uma fina camada do substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 15-20 dias e, a taxa de germinação é alta para sementes novas. Transplantar as mudas dos canteiros para embalagens individuais quando atingirem 4-6 cm, as quais ficarão prontas para o plantio em local definitivo em 4-5 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é rápido, podendo atingir 4 m de altura aos 2 anos.

sábado

Itaúba - Mezilaurus itauba



Nome Científico: Mezilaurus itauba (Meissn.) Taub.
Família: Lauraceae.
Nomes Comuns: Itaúba, Louro-Itaúba, Itaúba-Amarela, Itaúba-Abacate, Itaúba-Preta, Lorê.

Ocorrência: Região Amazônica, principalmente no Estado do Pará (arredores de Óbidos e do rio Tapajós) e Mato Grosso (parte setentrional), na mata pluvial de terra firme, em solos silicosos e argilo-silicosos não inundáveis. Também nas Guianas e Venezuela.   
Características Morfológicas: Altura de 20-30 m (de porte quase arbustivo em terrenos arenosos ou pedregosos), podendo atingir até 40 metros, dotada de copa geralmente globosa. Tronco reto e mais ou menos cilíndrico, de 60-80 cm de diâmetro, com casca rugosa e fissurada de cor avermelhada. Folhas alternas, simples, agregadas na ponta dos ramos, coriáceas, de margens mais ou menos planas, glabras, de 12-15 cm de comprimento por 4-8 cm de largura, sobre pecíolo plano e glabro de 1-2 cm, com nervuras salientes e reticuladas em ambas as faces. Inflorescência em racemos solitários axilares, quase glabros, de 10-14 cm de comprimento, sobre pendúnculos de 2-4 cm de comprimento e apresenta flores esverdeadas. Fruto baga elipsóide e glabra.
Informações Ecológicas: Planta perenifólia, ciófita até heliófila, seletiva xerófita, clímax, característica e exclusiva da mata pluvial Amazônica de terra firme, onde é abundante, porém muito descontínua na sua dispersão ao longo da área de distribuição. Ocorre preferencialmente no interior da mata primária de terrenos elevados, com solos arenosos ou argilo-arenosos bem drenados e de baixa fertilidade. Apesar de planta clímax, regenera facilmente em áreas abertas, quer proveniente de rebrotas que oriunda de sementes disseminadas por pássaros.
Fenologia: Floresce durante os meses de março-abril. Os frutos amadurecem de junho a agosto.
Obtenção de Sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea ou recolhê-los no chão logo após a queda. Em seguida deixá-los amontoados durante alguns dias em saco plástico até a sua decomposição parcial da polpa visando facilitar a remoção da semente através da lavagem em água corrente. Um quilograma de sementes contém aproximadamente 480 unidades.
Produção de Mudas: Colocar as sementes para germinação logo que colhidas diretamente em embalagens individuais contendo substrato organo-arenoso e mantidas à meia-sombra. A emergência ocorre em 3-5 semanas e a taxa de germinação geralmente é baixa. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado lento.

sexta-feira

Champagne - Dipteryx odorata



Nome Científico: Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.
Família: Leguminosae – Papilionoideae.
Nomes Comuns: Champagne, Cumaru Amarelo, Cumaru do Amazonas, Cumaruzeiro, Cumbaru, Muirá Payé, Parú, Cumbari, Cumarurana, Cumaru, Cumaru-Verdadeiro, Cumaru da Folha Grande, Muimapagé, Cumaru-de-Cheiro, Cumaru Roxo.

Ocorrência: Freqüente em toda a Região Amazônica, desde o Estado do Acre até o Maranhão, ocorrendo também em Mato Grosso. Habita a floresta pluvial de terra firme e várzeas altas do baixo Amazonas. Algumas vezes cultivado nas Guianas e Venezuela.
Características Morfológicas: Árvore grande, belíssima quando coberta de flores, atingindo de 20-30 m, podendo chegar a 32 m de altura, com ramos densos e espalhados, copa globosa. Casca pouco espessa, lisa e descamante em placas irregulares, marcada por cicatrizes discadas pela caducidade das placas formadas na superfície do fuste, destacando-se na mata por sua cor natural amarelo-acinzentado, fuste reto e cilíndrico, de 50-70 cm de diâmetro, apresentando sapopemas de até um metro de altura. Folhas compostas, alternas, alado-pecioladas, glabras, imparipinadas com 7 a 9 folíolos alternos, brilhantes na face superior, de 10-20 cm de comprimento e 4-8 cm de largura. Apresenta inflorescência em panículas terminais ferrugínea-pubescentes, com 15 a 30 cm de comprimento. Flores violácea-púrpuras, vistosas, perfumadas, relativamente pequenas. O fruto é do tipo drupa, ovóide-oblongo, indeiscente, de 5 a 7 cm de comprimento por 3 cm aproximadamente de diâmetro, fibroso e esponjoso, de superfície pubescente ,envolvendo uma única semente dura, lisa, de 2,5 a 3 cm, achatada, oblonga e aromática.
Informações Ecológicas: Planta perenifólia, ciófita, indiferente quanto às condições de solo, característica e exclusiva da floresta pluvial Amazônica. É considerada como importante para reflorestamentos. Apresenta freqüência elevada, porém um tanto descontínua e irregular ao longo de sua ampla área de ocorrência. Produz anualmente abundante quantidade de sementes viáveis, amplamente disseminadas pela fauna.
Fenologia: Floresce a partir de julho a setembro, e começa a florescer desde os 4 anos de idade. Os frutos amadurecem em janeiro-fevereiro.  
Obtenção de Sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea, ou recolhê-los no chão. Estes já podem ser utilizados diretamente para semeadura como se fossem “sementes”, entretanto sua faixa de germinação é geralmente baixa. A retirada da verdadeira semente é uma operação bastante trabalhosa, entretanto é compensada pela sensível melhoria da taxa de germinação. O número de sementes por quilograma de frutos é de, aproximadamente, 83 unidades. Já um quilograma de sementes apresenta, em média, 250 sementes verdadeiras e medem cerca de 35-43 mm de comprimento por 14-18 mm de largura. A germinação é epígea com taxa germinativa entre 65-98%.
Produção de Mudas: Colocar os frutos ou sementes para germinarem logo que colhidos, em recipientes individuais ou em sementeiras, contendo substrato organo-argiloso e cobri-los com uma camada de 1 cm do mesmo substrato peneirado. A emergência ocorre 3-8 semanas. Caso utilize sementeira faz-se posterior repicagem para canteiros. Irrigar diariamente.