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sexta-feira

Pau-brasil

Pau-brasil
Nome científico: Paubrasilia echinata (Lam.) E. Gagnon, H.C. Lima & G.P. Lewis

            Classificada anteriormente como Caesalpinia echinata é uma árvore endêmica do Brasil, não pioneira, semidecídua, espinhenta, da família Fabaceae. Pode chegar até a 12 m de altura, com tronco de até 70 cm de diâmetro, revestido por casca escamosa de cor alaranjada por baixo. Foi muito explorada para a extração de um corante do lenho denominado “brasileína”, muito usado para tingir tecidos e fabricar tinta de escrever, gerando muita riqueza ao reino e caracterizou um período econômico de nossa história, estimulando a adoção do nome “Brasil” ao nosso país e a nomeação de “árvore símbolo do Brasil”.  Floresce no final de setembro até outubro. A maturação dos frutos ocorre de novembro a janeiro.
            Ocorre no Nordeste (Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe), Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro), em vegetação do tipo Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Restinga.

Folhas: compostas bipinadas, de 10 a 15 cm de comprimento, com 5 a 6 pares de pinas de 8 a 14 cm de comprimento; folíolos em número de 6 a 10 pares por pina, de 1 a 2 cm de comprimento.
Flores: racemos terminais e axilares.
Fruto: legume equinocárpico.


            O pau-brasil era usado na Europa, desde o século IX. A indústria de tecidos entrava em expansão e havia a necessidade de corantes, que eram então trazidos do Oriente. Eram quase todos de origem vegetal e chegavam à Europa através de mercadores árabes, que atravessavam o Mar Vermelho, o Egito e o Mar Mediterrâneo.
            Naquela época, a moda era tingir-se os tecidos com cores fortes, principalmente o vermelho. Uma lei inglesa limitava o uso da cor púrpura somente à família real e os corantes eram obtidos da matéria-prima brasilina, que é o princípio ativo retirado do cerne da madeira pau-brasil.
            Quando o pau-brasil foi encontrado nas matas do Novo Mundo, essa nova fonte de corantes foi considerada muito mais viável que a anterior, que dependia em grande parte do transporte terrestre. Em 1514, nosso país ainda se chamava Terra de Santa Cruz, mas, na Europa todos o chamavam de Terra do Brasil, pois esse era o seu único produto de exportação. O nome original foi esquecido e substituído.
            O pau-brasil foi assim o produto que marcou o primeiro ciclo econômico brasileiro. O pau-brasil foi monopólio da coroa portuguesa e depois da brasileira, desde 1503 até 1859, apesar de toda a pirataria dos espanhóis, franceses e holandeses, que nunca levara a sério o Tratado de Tordesilhas.
            Todas as medidas tomadas pelos governos tinham a ver apenas com os direitos de exploração e comercialização. Ninguém se preocupava com a possibilidade da extinção da espécie. Por volta de 1826, começaram a aparecer no mundo as anilinas sintéticas, inventadas pelos alemães, e assim, a partir de 1859, a importância comercial do pau-brasil começou a declinar, assim como a própria planta, que praticamente desapareceu de nossas florestas.

O desprezo

            Em 1902, a Avenida Rio Branco na cidade do Rio de Janeiro chegou a ser totalmente arborizada com pau-brasil, por iniciativa do Ministro Lauro Müller. Mas a imprensa carioca ridicularizou a campanha, utilizando-se de charges depreciativas, a ponto de obrigar a administração pública a destruí-las, substituindo-as por outras árvores, de origem estrangeira. Se isso não houvesse acontecido, teríamos no Rio hoje alamedas de pau-brasil com mais de 100 anos de idade.

A restauração - árvore nacional, por lei

            Em 1970, o Professor Roldão de Siqueira Fontes iniciou em Pernambuco o Movimento em Defesa do Pau-Brasil, que foi posteriormente apoiado e ampliado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), quando foi lançada uma campanha de âmbito nacional. Foram então plantadas pelo Prof. Roldão 50.000 árvores no perímetro da margem de segurança da barragem do rio Tapacurá. O Prof. Roldão conseguiu também sensibilizar o Congresso Nacional, para que fosse promulgada a Lei Federal 6.607, de 7 de dezembro de 1978, que instituiu o pau-brasil como Árvore Nacional e determina o dia 3 de Maio como o Dia do Pau-Brasil.

O pau-brasil

            O pau-brasil presta-se a todo tipo de construção, por sua dureza e flexibilidade, que o tornam inigualável no fabrico de arcos e violinos. Sua resistência é comprovada por séculos de utilização. É também muito decorativo, pelo seu tronco altivo, flores lindas e sombras frescas.

O tronco

            O pau-brasil tem tronco linheiro, com fibras grandes e retas, com diâmetro que chega até um metro, na fase adulta. Uma de suas características principais são os acúleos, que aparecem durante o estágio de crescimento. Com o passar do tempo, a casca torna-se cinzenta e escura e os acúleos desaparecem, mantendo-se apenas nos galhos mais jovens. O alburno é de cor branco amarelado, sendo espesso enquanto a planta é nova, diminuindo com a idade, cedendo lugar ao miolo e ao cerne, que é de cor vermelha intensa, mais resistente à umidade. Quando a árvore é nova, o cerne é mínimo, mas chega a constituir praticamente todo o miolo da árvore, quando passa dos 10 anos. Esse cerne é a parte valiosa que no passado era tão importante como fonte de corante vermelho para os europeus.

Raiz, folhas, flores

            As raízes do pau-brasil forma um sistema rico e vigoroso. As folhas são compostas, divididas com 8 a 18 folíolos de cor verde brilhante, em forma de losangos de cantos arredondados, e podem se armar, com o tempo, em copas fechadas, que produzem sombras agradáveis. As flores são muito bonitas, amarelas com cinco pétalas, sendo uma com base vermelha. Exalam perfume agradável e duram cerca de dois dias, sendo motivo de atração para abelhas que, nesses bosques, produzem mel de excelente sabor. a floração, no Nordeste do Brasil, ocorre principalmente entre dezembro e maio.

Frutos e sementes

            Os frutos do pau-brasil têm o formato de vagens, de cor marrom, cobertos de pequenos espinhos. Quando secam, abrem-se e contorcem-se com um estalo, atirando para longe até quatro sementes. As sementes são chatas e de cor marrom com pontuações de diferentes tonalidades e podem germinar com facilidade enquanto estejam novas, até menos de 30 dias de idade, mas não devem ser armazenadas por mais de um mês.

Saiba mais:

AMWAY DO BRASIL. A árvore que deu o nome à nossa terra. História do Pau-Brasil. Fundação Nacional do Pau-Brasil.

LIMA, H.C. Paubrasilia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB602728>. Acesso em: 22 Ago. 2017.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, v.1, 6.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2012. 125p.

segunda-feira

A árvore que deu o nome à nossa terra

O pau-brasil era usado na Europa, desde o século IX. A indústria de tecidos entrava em expansão e havia a necessidade de corantes, que eram então trazidos do Oriente. Eram quase todos de origem vegetal e chegavam à Europa através de mercadores árabes, que atravessavam o Mar Vermelho, o Egito e o Mar Mediterrâneo.
Naquela época, a moda era tingir-se os tecidos com cores fortes, principalmente o vermelho. Uma lei inglesa limitava o uso da cor púrpura somente à família real e os corantes eram obtidos da matéria-prima brasilina, que é o princípio ativo retirado do cerne da madeira pau-brasil.
Quando o pau-brasil foi encontrado nas matas do Novo Mundo, essa nova fonte de corantes foi considerada muito mais viável que a anterior, que dependia em grande parte do transporte terrestre. Em 1514, nosso país ainda se chamava Terra de Santa Cruz, mas, na Europa todos o chamavam de Terra do Brasil, pois esse era o seu único produto de exportação. O nome original foi esquecido e substituído.
O pau-brasil foi assim o produto que marcou o primeiro ciclo econômico brasileiro. O pau-brasil foi monopólio da coroa portuguesa e depois da brasileira, desde 1503 até 1859, apesar de toda a pirataria dos espanhóis, franceses e holandeses, que nunca levara a sério o Tratado de Tordesilhas.
Todas as medidas tomadas pelos governos tinham a ver apenas com os direitos de exploração e comercialização. Ninguém se preocupava com a possibilidade da extinção da espécie. Por volta de 1826, começaram a aparecer no mundo as anilinas sintéticas, inventadas pelos alemães, e assim, a partir de 1859, a importância comercial do pau-brasil começou a declinar, assim como a própria planta, que praticamente desapareceu de nossas florestas.

O desprezo

Em 1902, a Avenida Rio Branco na cidade do Rio de Janeiro chegou a ser totalmente arborizada com pau-brasil, por iniciativa do Ministro Lauro Müller. Mas a imprensa carioca ridicularizou a campanha, utilizando-se de charges depreciativas, a ponto de obrigar a administração pública a destruí-las, substituindo-as por outras árvores, de origem estrangeira. Se isso não houvesse acontecido, teríamos no Rio hoje alamedas de pau-brasil com mais de 100 anos de idade.

A restauração - árvore nacional, por lei

Em 1970, o Professor Roldão de Siqueira Fontes iniciou em Pernambuco o Movimento em Defesa do Pau-Brasil, que foi posteriormente apoiado e ampliado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), quando foi lançada uma campanha de âmbito nacional. Foram então plantadas pelo Prof. Roldão 50.000 árvores no perímetro da margem de segurança da barragem do rio Tapacurá. O Prof. Roldão conseguiu também sensibilizar o Congresso Nacional, para que fosse promulgada a Lei Federal 6.607, de 7 de dezembro de 1978, que instituiu o pau-brasil como Árvore Nacional e determina o dia 3 de Maio como o Dia do Pau-Brasil.

O pau-brasil

O nome científico do pau-brasil é Caesalpinia echinata (Lamarck). É da família Leguminosae. É uma árvore de grande porte, podendo alcançar mais de 20 metros de altura.
O pau-brasil presta-se a todo tipo de construção, por sua dureza e flexibilidade, que o tornam inigualável no fabrico de arcos e violinos. Sua resistência é comprovada por séculos de utilização. É também muito decorativo, pelo seu tronco altivo, flores lindas e sombras frescas.

O tronco

O pau-brasil tem tronco linheiro, com fibras grandes e retas, com diâmetro que chega até um metro, na fase adulta. Uma de suas características principais são os acúleos, que aparecem durante o estágio de crescimento. Com o passar do tempo, a casca torna-se cinzenta e escura e os acúleos desaparecem, mantendo-se apenas nos galhos mais jovens. O alburno é de cor branco amarelado, sendo espesso enquanto a planta é nova, diminuindo com a idade, cedendo lugar ao miolo e ao cerne, que é de cor vermelha intensa, mais resistente à umidade. Quando a árvore é nova, o cerne é mínimo, mas chega a constituir praticamente todo o miolo da árvore, quando passa dos 10 anos. Esse cerne é a parte valiosa que no passado era tão importante como fonte de corante vermelho para os europeus.

Raiz, folhas, flores

As raízes do pau-brasil forma um sistema rico e vigoroso. As folhas são compostas, divididas com 8 a 18 folíolos de cor verde brilhante, em forma de losangos de cantos arredondados, e podem se armar, com o tempo, em copas fechadas, que produzem sombras agradáveis. As flores são muito bonitas, amarelas com cinco pétalas, sendo uma com base vermelha. Exalam perfume agradável e duram cerca de dois dias, sendo motivo de atração para abelhas que, nesses bosques, produzem mel de excelente sabor. a floração, no Nordeste do Brasil, ocorre principalmente entre dezembro e maio.

Frutos e sementes

Os frutos do pau-brasil têm o formato de vagens, de cor marrom, cobertos de pequenos espinhos. Quando secam, abrem-se e contorcem-se com um estalo, atirando para longe até quatro sementes. As sementes são chatas e de cor marrom com pontuações de diferentes tonalidades e podem germinar com facilidade enquanto estejam novas, até menos de 30 dias de idade, mas não devem ser armazenadas por mais de um mês.

Fonte: A árvore que deu o nome à nossa terra. História do Pau-Brasil. Amway do Brasil. Fundação Nacional do Pau-Brasil.

domingo

Pau-brasil (Caesalpina echinata) no Amapá?

Você, assim como grande parte dos brasileiros nunca tiveram a oportunidade de conhecer ou pelo menos ver um árvore de pau-brasil. No nosso caso, por dois motivos: primeiro por ser uma espécie nativa da mata atlântica, segundo, mesmo que você viaje para a área de ocorrência natural da espécie, o processo de exploração predatório, promovido principalmente ao longo do século XVI, conduziu a uma brutal redução de seus estoques, tornando-o raro e motivando sua inserção, por parte do IBAMA, na Lista Oficial de Flora Ameaçada de Extinção.
A espécie empresta seu nome ao País. Como todos sabem o nome Brasil foi dado pelos portugueses em decorrência da elevada quantidade de árvores existentes à época do descobrimento ao longo da Mata Atlântica. A palavra Brasil deriva de brasa, em função da seiva avermelhada “cor de brasa”, que de seu lenho exsuda.
Cientificamente o pau-brasil é denominado Caesalpina echinata Lam, pertencente à família LEGUMINOSAE. É uma espécie heliófila, portanto que requer a presença do sol para se desenvolver, como o nosso açaí, por exemplo. É uma árvore portentosa, chegando a medir 30 metros de altura e até 70 centímetros de diâmetro. Sua madeira é pesada, dura, densa, extremamente resistente, o que a torna praticamente incorruptível. Outra característica importante e que no final acabou por determinar sua quase extinção, é a presença de extrato avermelhado que era utilizado como corante, nos idos Brasil Colonial. As flores são amarelas, onde uma das pétalas apresenta uma pinta vermelha bastante acentuada.

Foto: Luiz Alberto Dourado Nogueira
A floração ocorre nos meses de setembro e outubro. No Amapá, pode se dar um pouco mais tarde, no mês de novembro. Posteriormente se ocorre a frutificação, sendo que os frutos, na forma de vagem, como é regra entre as leguminosas, abrigam as sementes. Estas vagens quando da maturação, processam uma abertura natural, que libera as sementes ao meio ambiente.
Apesar de toda sua importância histórica, econômica e cultural, a única iniciativa no sentido de dar visibilidade à espécie é o Dia Nacional do Pau-brasil, que se comemora anualmente no dia 3 de maio.

Foto: Luiz Alberto Dourado Nogueira
Registre-se, entretanto, que existem esforços isolados, promovidos por ONG’s e indivíduos, buscando garantir a sua perpetuidade e a retirada na lista das espécies em via de extinção,
Após essas considerações talvez, você já esteja achando que eu e você entendemos alguma coisa de pau-brasil. Ou talvez esteja intrigado com o título da matéria.
Pois é, existem alguns exemplares no Amapá e quem entende mesmo da espécie no Estado é o Dr. Luiz Alberto Dourado Nogueira, ortopedista de fina cepa e ecologista bissexto, que cultiva em seu sítio, entre ipês e outras essências florestais, alguns exemplares de pau-brasil, já em fase de frutificação, cujas fotos ilustram esse texto. Através dele fiquei sabendo que as flores exalam um suave e marcante perfume, além de emprestar um visual extremamente interessante e diferenciado ao local onde viceja.
Se você não tem o privilégio de fazer parte do rol de amigos do Luiz, resta o consolo de observar o encruado e maltratado exemplar existente há muito tempo à frente da Escola Barão do Rio Branco. Mesmo assim vale a pena.

Alcione Cavalcante
Engenheiro florestal

Fonte: http://www.correaneto.com.br/site/?p=20579