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terça-feira

segunda-feira

Produtos biológicos

 Shocker® : primeiro fungicida microbiológico registrado no Brasil composto por três organismos (duas bactérias e um fungo) registrado para o controle de Podridão Radicular (Rhizoctonia solani) e Mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum). O produto reduz a capacidade de instalação das doenças, favorecendo o desenvolvimento de raízes sadias que irão explorar melhor o solo.

Auin® CE: inseticida microbiológico registrado para o controle de Diabrotica speciosa, popularmente conhecido como Vaquinha-verde-amarela. É composto pelo fungo Beauveria bassiana – amplamente utilizado para o manejo de pragas no Brasil e no mundo. O produto oferece todas as vantagens do controle biológico, pois não deixa resíduos químicos nas plantas, frutos ou no ambiente.

Gr-inn®: é um inseticida biológico de alta capacidade de parasitismo e adaptação às condições do campo. Pode ser utilizado para o manejo das Cigarrinhas-das-raízes da cana (Mahanarva fimbriolata), das Cigarrinhas-das-pastagens (Zulia entreriana) e das Cigarrinhas-dos-capinzais (Deois flavopicta).



sexta-feira

FMC FlorestALL reúne produtores e especialistas do setor florestal

Evento aborda oportunidades, desafios e tecnologias com as principais lideranças da cadeia
Nos dias 06 e 07 de junho, a FMC Agricultural Solutions promove um encontro técnico que irá debater os principais desafios, tecnologias e tendências para o setor florestal. O FMC FlorestAll, acontece em Indaiatuba/SP, e irá reunir mais de 100 participantes, entre influenciadores, produtores e consultores do setor.
A programação conta com palestras sobre inovação; presente e futuro; controle biológico - novas abordagens; seletividade de herbicidas; mistura em tanques - aspectos legais; monitoramento e os danos provocados por insetos e pragas em eucalipto; criatividade e inovação nas empresas; entre outros.
De acordo com o Gestor de Contas & Desenvolvimento Florestal da FMC, Fábio Marques, o encontro é uma ótima oportunidade para discutir temas de extrema importância com os principais especialistas do segmento. "Teremos quase 90% da cadeia produtiva representada neste encontro, é excelente ocasião para promover um debate técnico de qualidade que colabore com o avanço do setor florestal no Brasil.  A FMC é uma parceira estratégica dos produtores e tem como intuito auxiliá-los em todas suas demandas. Iremos ressaltar a potencialidade de nossas soluções no manejo florestal”.
Na ocasião a equipe técnica da Companhia apresenta o portfólio de soluções integradas, como os herbicidas Gamit 360 CS® de atuação pré-emergência com excelente residual, evitando a matocompetição inicial; Solara® que possui alta performance em plantas daninhas de folha largas e de difícil controle como Corda-de-viola e Trapoeraba; Stone® que promove um caminho limpo para a produtividade, atuando no controle das plantas daninhas Capim braquiária, Corda de viola e Trapoeraba; Spotlight® que controla folhas largas; e o inseticida Capture® para o manejo do Percevejo-bronzeado e Vespa-da-galha.

Sobre a FMC
A FMC Corporation fornece soluções para os agricultores de todo o mundo com um portfólio de produtos patenteados de proteção a culturas e um pipeline robusto, alimentado por recursos inovadores de descoberta e desenvolvimento em proteção de cultivos, saúde de plantas e soluções profissionais de manutenção de pragas. A FMC Corporation emprega aproximadamente 6.500 funcionários em todo o mundo. Para saber mais, visite www.fmc.com e www.fmc.com.br

FMC promove palestra sobre inovações e novas moléculas no manejo florestal


Entre 15 e 16 de maio, Belo Horizonte-MG recebe o V Fórum Nacional sobre Carvão Vegetal e III Seminário de Energia da Biomassa Florestal. O encontro reúne palestrantes renomados e público qualificado para discutir o futuro do setor e transformar conhecimento em estratégias de negócios.
FMC Agricultural Solutions estará no evento com sua equipe técnica para promover uma palestra sobre as inovações e novas moléculas no manejo florestal. “O mercado de carvão vegetal e biomassa florestal está em pleno crescimento, especialmente no estado de Minas Gerais. E, para auxiliar os produtores a incrementar resultados positivos, temos um portfólio completo de herbicidas e inseticidas que protege a floresta do plantio a colheita”, observa o Gestor de Contas & Desenvolvimento Florestal da FMC, Fábio Marques.
O portfólio FMC para o manejo florestal conta com o inseticidas Warrant 700 WG® para imersão de mudas e indicado para controle de pragas;  Capture 400 EC® para controle do percevejo-bronzeado e vespa da galha do eucalipto; Marshal Star® com alta sistemicidade e efeito rápido, proporcionando resultados excelentes de incremento em produtividade; Hero®, eficiente no combate de pragas de difícil controle; Mustang® que apresenta ação rápida e alta eficiência vespa da galha. Destaque para os herbicidas Solara®, pré-emergente, pré-plantio de amplo espectro que promove excelente residual; e para dessecação a opção é o Spotlight®, aplicado em pós emergência das invasoras de folhas largas.

“Nossa equipe irá conversar com os participantes presentes, entender suas dúvidas e apresentar soluções personalizadas a sua realidade. Fazemos o diagnóstico e indicamos quais tecnologias são necessárias para incrementar rentabilidade e produtividade nas propriedades”, destaca.

Sobre a FMC
A FMC Corporation fornece soluções para os agricultores de todo o mundo com um portfólio de produtos patenteados de proteção a culturas e um pipeline robusto, alimentado por recursos inovadores de descoberta e desenvolvimento em proteção de cultivos, saúde de plantas e soluções profissionais de manutenção de pragas. A FMC Corporation emprega aproximadamente 6.500 funcionários em todo o mundo. Para saber mais, visite www.fmc.com e www.fmc.com.br.

terça-feira

Agrivalle lança fungicida microbiológico inédito no mercado brasileiro

Shocker é o primeiro no País com a mistura de três organismos

A Agrivalle, empresa de biológicos, fertilizantes e biolestimulantes, traz ao mercado brasileiro o primeiro fungicida microbiológico composto por três organismo (duas bactérias e um fungo) que aumentam o espectro de ação do produto.

Por sua composição inovadora, o Shocker reduz a capacidade de instalação das doenças, favorecendo o desenvolvimento de raízes sadias que irão explorar melhor o solo, gerando consequentemente, planta mais saudáveis e que podem expressar o máximo do seu potencial produtivo com mais eficiência e sanidade.

"As bactérias Bacillus amyloliquefaciens e o fungo Trichoderma harzianum, reduzem o potencial de ocorrência das doenças já no primeiro cultivo, pois inibem e dificultam o crescimento dos patógenos", explica o Diretor de Pesquisa da Agrivalle, Eduardo Bernando.

O fungicida microbiológico, recebeu registro do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), para duas importantes doenças de solo: Rizoctoniose e Mofo branco, que atacam principalmente as culturas da soja, café, algodão e HF's. “É o primeiro produto disponível ao agricultor brasileiro com essa composição. Essa inovação é resultado do pioneirismo da Agrivalle que investe em pesquisa e formulações de biológicos desde 2006”, destaca o Diretor de Marketing, Wagner Coladel.

O Shocker possui três modos de ação: competição, antibiose e hiperparasitismo, garantindo maior segurança de aplicação. Bernando explica que a competição reduz a presença do patógeno por meio da disputa de espaço e alimentos. Já a antibiose leva à produção de substâncias que inibem os patógenos. E por fim, o hiperparasitismo, provoca interação entre duas espécies, na qual uma delas, o parasita, se beneficia da outra.

O produto natural, não deixa resíduos, favorece o equilíbrio de microrganismos, ajuda na decomposição da matéria orgânica e beneficia a nutrição das plantas, além de combater as doenças de solo.

Coladel destaca que a pesquisa para o fungicida microbiológico começou há mais de 10 anos, e que após o processo de registro pelo Mapa - que durou cerca de oito meses -, o Shocker começará a ser fabricado no início de 2019 e estará à disposição dos produtores a partir de abril maio deste ano.

Sobre a Agrivalle
A Agrivalle é uma empresa de tecnologia e inovação que atua há 16 anos desenvolvendo produtos biológicos, fertilizantes e biolestimulantes. Com sede em Salto (SP), a companhia é uma das pioneiras no segmento de biológicos do Brasil, investindo em pesquisa para associação de microrganismo nas mais variadas situações e demandas das plantas, para que possam expressar o máximo potencial genético.

Informações para Imprensa:
Alfapress Comunicações
Larissa Albuquerque (19) 2136-3504 | (19) 9 9785-7482

quinta-feira

Surfactante

Chega ao Brasil surfactante reconhecido mundialmente
Lançado pela ORO AGRI BRASIL, uma das principais características do WETCIT® GOLD é a absorção pela planta em apenas 15 minutos

A ORO AGRI trouxe para o País o WETCIT® GOLD, um surfactante líder em vendas nos quatro cantos do mundo. Além de potencializar a eficácia de herbicidas, fungicidas, inseticidas e acaricidas, o produto otimiza a pulverização, pode ser utilizado em qualquer condição de água e não destrói a camada cerosa das folhas das plantas.

Diferente de outros surfactantes e dos óleos minerais e vegetais, o WETCIT® GOLD apresenta total afinidade química com os tecidos das plantas. Tudo graças à sua formulação exclusiva com óleo da casca de laranja, onde estão presentes inúmeras substâncias naturais e que têm propriedades benéficas. Por este motivo, os ingredientes ativos associados na calda de pulverização são totalmente absorvidos, e de forma muito rápida.
O uso do óleo da casca de laranja na agricultura e na pecuária é uma patente mundial da ORO AGRI e que resultou na criação da tecnologia denominada TRANS-RAPID™. Com ela, é possível garantir que o surfactante mantenha a sua eficiência, mesmo se houver ocorrência de chuva 15 minutos após a aplicação do produto. Como resultado desta característica única, outros benefícios são observados.
O WETCIT® GOLD age sobre a dinâmica da água utilizada na mistura promovendo maior cobertura e espalhamento nas folhas. Entre outras palavras, reduz perdas e ajuda a transportar os agroquímicos mais rapidamente para dentro da planta. Versátil, ainda reúne diferenciais importantes da tecnologia de aplicação, sendo antiespuma e antideriva simultaneamente.

“WETCIT® é o surfactante de marca mundial da ORO AGRI. Está presente em todo o mundo e desembarca na agricultura brasileira para trazer inúmeros benefícios, no sentido de reduzir custos de produção, aumentar o rendimento das pulverizações e gerar menor impacto ambiental”, define Jeferson E. Philippsen, gerente de Produtos da ORO AGRI BRASIL.

Segundo Philippsen, além de diminuir os sintomas de fitotoxicidade registrados em alguns fungicidas o produto também evita o entupimento dos bicos dos pulverizadores, evitando-se, assim, paradas indesejáveis para limpeza do equipamento.

A ORO AGRI possui uma linha mundial de surfactantes formada por OROCIT®, VINTRE®, ORO-BOOST® e ORO-HSMOC®, além do WETCIT®. “O produtor rural necessita de ferramentas realmente eficazes e que facilitem as suas operações. O WETCIT GOLD é um produto que atende bem as necessidades de quem procura soluções para obter mais eficiência e melhores resultados nos tratos fitossanitários. É impossível não associar maior eficiência com diminuição de custos. Esse é o propósito dos produtos da empresa”, explica Luís Carlos Cavalcante, gerente geral da ORO AGRI na América do Sul.

ORO AGRI no Brasil

Iniciando atividades em 2002 e presente no Brasil desde 2008, Oro Agri é o acrônimo de Orange Oil for Agriculture ou Óleo de Laranja para Agricultura, em português. Com quatro fábricas no mundo e operações estabelecidas nos Estados Unidos, Europa, Ásia, África e Oceania, a companhia detém a patente mundial para uso exclusivo do óleo essencial da casca de laranja na agricultura e pecuária.

Graças a ele, os produtos precisam de apenas 15 minutos para serem absorvidos pela planta, mesmo que chova após esse intervalo, algo garantido apenas pela Oro Agri. Foi a partir desta descoberta que nasceu a tecnologia Trans-Rapid™.

“A inovação está em nosso DNA. O WETCIT GOLD® é o primeiro de quatro lançamentos previstos para o Brasil”, informa o gerente geral da ORO AGRI na América do Sul. A companhia registra crescimento substancial no mercado brasileiro: 40% em 2016, 90% em 2017 e encerrou 2018 com faturamento próximo a  R$ 100 milhões.

Nos demais países, o foco da empresa está na fruticultura, já no Brasil os maiores mercados são as culturas de soja, milho, algodão e pastagem. A fábrica brasileira fica em Arapongas (PR) e gera 70 empregos diretos. Com 10% de um mercado bastante pulverizado, a Oro Agri lidera as vendas de surfactantes no País.

Empresa do Grupo Omnia

Em março de 2018, a Oro Agri foi adquirida pela Omnia. Inaugurada há 60 anos, a multinacional está presente em 24 países e, desde 2008, está em território brasileiro. O grupo fatura US$ 2,5 bilhões, possui capital aberto na Bolsa de Valores de Johannesburgo, onde fica a sede, e atua em quatro setores: agricultura, químicos, mineração e trading de investimentos. Na Agricultura é representada pela Omnia Fertilizantes, pioneira na produção de NPK granulado e fertilizantes líquidos.

Fonte: Pec Press® - Comunicação Estratégica

segunda-feira

Avaliação de riscos na aplicação de produtos fitossanitários

Por Luiz Carlos Castanheira, engenheiro agrônomo, engenheiro de segurança do trabalho e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS)

É sabido que toda atividade profissional envolve riscos que podem afetar a saúde e a segurança do trabalhador. No caso específico dos trabalhadores rurais que aplicam produtos  fitossanitários esses riscos evidentemente também se fazem presentes. E a Legislação trabalhista brasileira dá bastante ênfase ao assunto. 

Assim, a NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI, menciona em:
6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

A NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura, também determina que se efetue avaliação de risco:

31.3. Cabe ao empregador rural ou equiparado:
b) realizar avaliações dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores e, com base nos resultados, adotar medidas de prevenção e proteção para garantir que todas as atividades, lugares de trabalho, máquinas, equipamentos, ferramentas e processos produtivos sejam seguros e em conformidade com as normas de segurança e saúde;
j) informar aos trabalhadores:
1. os riscos decorrentes do trabalho e as medidas de proteção implantadas, inclusive
em relação a novas tecnologias adotadas pelo empregador;
l) adotar medidas de avaliação e gestão dos riscos com a seguinte ordem de prioridade:
1. eliminação dos riscos;
2. controle de riscos na fonte;
3. redução do risco ao mínimo através da introdução de medidas técnicas ou
organizacionais e de práticas seguras inclusive através de capacitação.

A NR 09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais vai mais além:

9.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

Ao analisarmos apenas o que está destacado acima em negrito, concluímos que, antes de pensarmos em simplesmente fornecer EPIs para os trabalhadores que aplicam produtos químicos na lavoura, será necessário efetuar um estudo detalhado das condições de trabalho existentes nos locais de aplicação dos produtos fitossanitários.

A título de exemplo, hoje em dia se recomenda, no campo da Receita, os mesmos EPIs para quem aplica de avião ou com equipamento costal, como se as condições de exposição e os riscos envolvidos fossem os mesmos.

Muitos estudiosos têm destacado, de maneira bastante apropriada, a Avaliação de Risco Toxicológico dos produtos químicos que são aplicados no campo. Entendendo que se utiliza de produtos químicos, e que esses produtos podem, sob determinadas condições, ser tóxicos aos trabalhadores, não há dúvida que a primeira providência será efetuar a avaliação de risco toxicológico.

Para o profissional que trabalha com Segurança do Trabalho, é importante introduzir outros elementos nessa discussão. Apenas conhecendo, todos os riscos envolvidos na operação, é que será possível saber como proteger o trabalhador.

Durante a aplicação de produtos, os trabalhadores podem se expor aos seguintes riscos:
Químicos: inseticidas, herbicidas, fungicidas, maturadores, adubos químicos, poeira...;
- Físicos: ruído, calor, frio, umidade, radiação solar;
- Mecânicos: atrito, pressão, vibração, fricção e EPIs inadequados;
- Biológicos: bactérias, fungos, vírus e animais peçonhentos;
- Organizacionais: turno, jornada excessiva, falta de pausa para repouso, normas de produção, falta de vínculo empregatício, pagamento por produção, carregamento de peso, etc.

Análises que deverão ser efetuadas:
1.Classe toxicológica do produto
2.Tipo de equipamento de aplicação utilizado (costal, auto propelido, aeronave, etc.)
3.Tipo de formulação (sólida, líquida, gases ou vapores)
4.Tipo de ambiente (fechado ou a céu aberto)
5.Porte da cultura (baixo, médio, alto)
6.Tipo de trabalho executado (preparo de calda, aplicação do produto, lavagem do equipamento)
7.Tempo de Exposição
8.Avaliação da exposição para as diferentes partes do corpo

Mais ainda:

A NR 31 menciona:
31.8.9 O empregador rural ou equiparado deve adotar, no mínimo, as seguintes medidas: a) fornecer equipamentos de proteção individual e vestimentas adequadas aos riscos, que não propiciem desconforto térmico prejudicial ao trabalhador;

Isto significa dizer, que para que eu pense em proteger adequadamente o trabalhador, terei que considerar todos os elementos acima citados, e fornecer equipamentos de proteção que não propiciem desconforto térmico prejudicial ao trabalhador.
O desconforto térmico também é fator de insalubridade (NR 15, Anexo 3 – Limites de Tolerância para Exposição ao Calor).

Da mesma maneira, o ruído causado pelo conjunto máquina/pulverizador, também pode causar insalubridade, desde que sejam ultrapassados os limites de tolerância estabelecidos pela NR 15, anexos 1 e 2.

Diante de tudo isso, fica a grande pergunta: Como fica a responsabilidade do agrônomo, que emite a Receita Agronômica? Ele deve mandar usar sempre aquela parafernália de EPIs, matando o trabalhador de calor, sem uma avaliação de risco detalhada?

A resposta está na própria Legislação:
A Lei Federal 7.802, de 11/07/1989, foi regulamentada anteriormente pelo Decreto Federal 98.816, de 11/01/1990, já revogado, que mencionava em seu Capítulo VI, art. 53:

m) orientação quanto à utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI);

O Decreto Federal 4.074, de 04/01/2002, que veio substituir o DF 98.816, apresenta uma mudança bastante sutil, porém importante:

Capítulo VI, artigo 66, item IV:
 
i) orientação quanto à obrigatoriedade da utilização de EPI

Pelo nosso entendimento, pelo Decreto anterior, o profissional emitente da Receita deveria orientar o agricultor quanto à utilização do EPI.

Considerando que a maioria dos profissionais não tem formação suficiente para efetuar uma avaliação detalhada de risco, ou eles emitiam uma Receita displicente e indevida, passível de punição, ou recomendavam (como é feito até hoje) o uso de todos os EPIs existentes no kit, sem nenhuma avaliação prévia.

O novo Decreto (4074) diz que o profissional deve orientar quanto à obrigatoriedade, mas não quanto à utilização. Quem então deve fazer isso?

A NR 31 dá a resposta, ao estabelecer a criação, em 31.6, do Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural – SESTR. Resumindo, as empresas rurais, de acordo com o numero de trabalhadores existentes, deverão possuir esse serviço, que contará com os seguintes profissionais:

a) de nível superior:
1. Engenheiro de Segurança do Trabalho;
2. Médico do Trabalho;
3. Enfermeiro do Trabalho.

b) de nível médio:
1. Técnico de Segurança do Trabalho;
2. Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.

31.6.5 O dimensionamento do SESTR vincula-se ao número de empregados do
Estabelecimento

Isso vale para empresas rurais com mais de 50 trabalhadores. Até 10 trabalhadores não existe a obrigatoriedade. Entre 10 e 50, as empresas rurais ou contratarão um serviço esterno ou um técnico de Segurança do Trabalho.

Enfim, no campo próprio da Receita Agronômica, o profissional emitente da mesma poderá orientar sobre a obrigatoriedade do uso de EPIS, sem listar nenhum, deixando para os profissionais especializados em Segurança e Medicina do Trabalho recomendarem, após uma avaliação detalhada de todos os riscos existentes, qual EPI deverá ser utilizado naquela situação específica de aplicação.

Concluindo, o simples cumprimento da Legislação naquilo que diz respeito a uma correta avaliação dos riscos existentes, é suficiente para eliminar ou pelo menos diminuir os problemas causados pela recomendação equivocada de proteção, o que irá redundar em uma melhor aceitação por parte dos trabalhadores rurais.

Sobre o CCAS
O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.

O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.

Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.

A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. Mais informações no website: http://agriculturasustentavel.org.br/. Acompanhe também o CCAS no Facebook: http://www.facebook.com/agriculturasustentavel.

terça-feira

Doenças quarentenárias para o Brasil

Por José Otavio Menten, Diretor Financeiro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), Eng. Agrônomo, Mestre e Doutor em Agronomia, Pós-Doutorados em Manejo de Pragas e Biotecnologia e Professor Associado da ESALQ/USP; e Ticyana Banzato, engenheira agrônoma e doutoranda na Esalq.


Muitas espécies vegetais cultivadas no Brasil, atualmente, foram trazidas de outras regiões do mundo, como Ásia, África e países vizinhos na América do Sul. Nativas do Brasil, temos como exemplo a mandioca, amendoim, seringueira e o guaraná. Os países originários de uma espécie de planta são chamados centros de origem e de diversificação das espécies. 
Os fitopatógenos não estão distribuídos homogeneamente em todo mundo; uma vez que, para ocorrer a doença, é necessário que três fatores se estabeleçam: hospedeiro suscetível, ambiente favorável e a presença do agente causal. Por isso, patógenos que são frequentes nos centros de origem das espécies não necessariamente estão presentes nas áreas onde foram introduzidas posteriormente. 
Um exemplo de estabelecimento de doenças exóticas no país, por exemplo, é na cultura da soja. De 1961 para os dias atuais, surgiram doenças como o cancro da haste em 1989, o nematoide do cisto em 1992 e a emblemática ferrugem asiática da soja em 2001, que, desde então, já causou prejuízo estimado em mais de US$ 100 bilhões, envolvendo aumento na aplicação de fungicidas e redução da produtividade. 
Outros exemplos de doenças que causaram grande impacto após seu estabelecimento no Brasil: requeima da batata e tomate (1898), mosaico da cana-de-açúcar (1920), carvão da cana (1946), ferrugem do café (1970), ferrugem americana da soja (1979), ferrugem marrom da cana-de-açúcar (1986), vassoura-de-bruxa do cacau (1989) e ferrugem alaranjada da cana (2009). O caso mais recente de introdução de uma nova praga de grande importância econômica foi em 2013, com a entrada de um inseto da espécie Helicoverpa armigera
Estima-se que 65% dos patógenos introduzidos no Brasil foram devidos a atividades humanas, em especial trânsito de vegetais; outra parte devido ao transporte pelo vento, máquinas, animais. Calcula-se que entre 1890 e 2014 tenham sido introduzidas no Brasil mais de duas mil novas pragas agrícolas em diversas culturas, envolvendo não apenas patógenos vegetais, mas também insetos, ácaros e plantas daninhas. Destas, pelo menos 40 causaram grandes transtornos à nossa economia. Hoje, o Brasil possui 15,5 mil km de fronteira possível de entrada de novos patógenos, além de portos e aeroporto. Em média, são 850 vias de ingresso que têm de ser fiscalizadas. 
Se há tanto perigo das plantas transportarem patógenos exóticos, por que isto ainda é feito? A resposta é simples: além da diversificação das espécies cultivadas, busca-se ampliar a base genética visando o melhoramento para atender o mercado. Mas, há formas corretas para realizar a introdução de uma nova espécie vegetal no país, livre de pragas exóticas, perigosas para nossa agricultura. 
Baseado no princípio geral de controle de doenças Exclusão, quando é impedida a entrada de patógenos novos, é realizada inspeção e fiscalização, apoiadas em legislações específicas, e ainda contamos com dez estações quarentenárias no país, que dispõem de infraestrutura, equipamento e corpo técnico qualificado para detectar, identificar e erradicar patógenos quarentenários em materiais vegetais que ingressariam no território nacional. 
A quarentena previne a introdução e disseminação de novos patógenos, que são regulamentados por apresentarem importância econômica. Podem ser denominados patógenos quarentenários ausentes (A1) ou quarentenários presentes (A2) que são aqueles que estão restritos a algumas regiões do país e sob controle oficial. Para isso, é realizada a Análise de Risco de Pragas (ARP), que compara a lista de patógenos relatados em todo o mundo com os relatados no Brasil. 
Aqueles que ainda não foram detectados no Brasil e que podem causar danos devem ser regulamentados. Assim, a organização nacional de defesa vegetal elabora uma lista de pragas quarentenárias ausentes e presentes que, no Brasil, registra 218 patógenos quarentenários ausentes e sete presentes. 
Sempre que uma nova praga quarentenária é considerada estabelecida no Brasil, há necessidade de autorização oficial para sua divulgação, já que este fato pode ocasionar restrições no comércio internacional, com sérios impactos econômicos e sociais. 
Entre os patógenos quarentenários que merecem atenção especial, pelo impacto que podem causar ao agro brasileiro, podem-se citar:African Cassava Mosaic Virus (mandioca), Moniliophthora roreri (cacau), Plum Pox virus (pêssego), Ditylenchus destructor (milho, batata),Macruropyxis fulva (cana), Maize Chlorotic Mottle Virus (cana), Pantoea stewartii (milho), Phytophthora boehmeriae (várias culturas),Puccinia graminis tritici raça Ug99 (trigo), Sugarcane Mosaic Virus (cana) e Xanthomonas oryzaepv. oryzae (arroz). 
A importância do conhecimento dos patógenos quarentenários ausentes é que podemos intensificar as ações de exclusão e nos preparar para eventual estabelecimento: melhoramento para resistência e desenvolvimento de defensivos para registro emergencial. 
Deve-se também dar atenção aos patógenos quarentenários presentes que exigem medidas que impeçam seu estabelecimento em locais livres dos mesmos: Guinardia citricarpa (citros), Mycosphaerella fijiensis (banana e helicônia), Candidatus Liberibacter spp. (citros,Fortunella spp.Poncirus spp. e murta), Xanthomonas citri subsp. Citri (citros, Fortunella spp., Poncirus spp.) e Xanthomonas campestres pv. vitícola (uva). 
As doenças quarentenárias devem ter mais destaque nos livros-texto usados no ensino da fitopatologia, valorizando mais os métodos legislativos (leis, decretos e instruções normativas), e nos manuais que tratam das principais doenças de cada cultura. 
Referente a educação sanitária vegetal, é fundamental que as pessoas tenham ciência que nunca devem trazer vegetais de suas viagens, pois estes podem transportar patógenos quarentenários.


Figura 1: (A) flores de pêssego mostrando sintomas típicos de infecção por Plum Pox virus. (B) Anéis e manchas cloróticos em folhas de pessegueiro. (C) anéis amarelos concêntricos em fruto de pêssego. (D) padrões anelares em frutos de damasco. Foto Sochor et al. (2012) - http://www.mdpi.com/1999-4915/4/11/2853/htm


Figura 2: lesões necróticas e esporulação de Moniliophthora roreri em frutos de cacau. Foto: Johnson et al. (2017) - https://www.ndrs.org.uk/article.php?id=036002#


Figura 3: Planta de mandioca apresentando sintomas mosaico causado por African Cassava Mosaic Virus – Foto: Eiselen Foundation Ulm – www.eiselen-stiftung.de/

Figura 4: Plantas de mandioca com sintomas de mosaico causado por African Cassava Mosaic Virus (A, C e D) planta saudável (B) – Foto: Alabi et al, 2011.