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terça-feira

O eucalipto

Nome científico: Eucalyptus spp. 
Nome popular: Eucalipto
Região nativa: Austrália

Os ferroviários e jardineiros ornamentais do século XIX adoravam a árvore nacional da Austrália, o eucalipto. Ao florescer nas plantações ao lado das vias férreas, a árvore fornecia suprimentos abundantes de combustível barato para os trens a vapor. Como planta ornamental, estimulava a conversa ao ar livre, especialmente na Califórnia. Corriam até rumores de que curava a malária. Não admira que se tornasse a madeira rija mais plantada no mundo. Então por que manifestantes vinham derrubando plantações de eucalipto em lugares tão díspares como Tailândia e Espanha um século atrás?

O avanço do eucalipto

Mais de 700 espécies de eucalipto cresciam em torno da costa do menor continente do mundo quando os primeiros colonizadores da Austrália chegaram. Duranta um século, os novos colonizadores procuraram derrubar e queimar o máximo possível a fim de pôr as mãos no valioso pasto abaixo para suas ovelhas e seu gado. Mas para Joseph Banks, um dos colecionadores de plantas a bordo do navio HM Bark Endeavour do Capitão James Cook, o eucalipto foi um deleite. Em 1º de maio de 1770, enquanto Cook cartografava a costa leste da Austrália, Banks e o botânico sueco Daniel Carlsson Solander (que havia estudado com Lineu na Universidade de Uppsala) aportaram numa área que Cook mais tarde chamaria de "Baía Botânica".
Banks desembarcou e se admirou com as árvores altas e graciosas, com sua estranha casca prateada descamando e folhas em forma de lança sussurrando na brisa. Mas foi o horticultor francês Charles Louis L´Héritier de Brutelle (1746-1800), e não Lineu, quem deu à espécie o nome de Eucalyptus obliqua. O nome eucalipto significa "bem coberto" - uma referência a como a árvore protege suas flores.

Banks, Solander e L´Héritier ficaram igualmente empolgados com a árvore. Exótica, crescia mais rápido e mais alto que qualquer árvore que já tinham encontrado e as folhas, quando esfregadas, exalavam um odor curiosamente medicinal. Eles não se surpreenderiam se descobrissem que, apenas dois séculos depois, aquelas poucas plantas iniciais, coletadas na Austrália, haviam se espalhado tanto que representavam quase 40% de todas as plantações de florestas tropicais no mundo, cobrindo mais de 42 milhões de hectares. Não foi em vão que acreditaram ter deparado com a árvore mais maravilhosa do mundo.

Ouro verde

Os eucaliptos estão entre as árvores de folhas largas mais altas do mundo, e o Eucalyptus regnans de Vitória do Sul e Tasmânia é o mais alto de todos. Restam poucos desses gigantes - alguns medem mais de 140 m - e muitos foram derrubados no século XIX. "O carvalho-corticeiro, abeto, cedro-vermelho e outras árvores estão sendo plantadas ali sob orientação do governo, no lugar das que foram destruídas, muitas das quais eram inúteis ao comércio, ou para a construção", explicou "O Coletor" na Cassell´s Family Magazine no fim do século XIX. Uma ideia equivocada que foi rapidamente desmentida, pois o eucalipto se mostrou utilíssimo.
As resinas na casca produzem ácidos quinotânicos usados em dentifrícios e xaropes para garganta, enquanto as folhas produzem óleos empregados em antissépticos, bálsamos, diuréticos e desinfetantes. Os óleos voláteis ou essenciais são acrescidos a suplementos vitamínicos - ajudam o corpo a absorver a vitamina C -  e perfumes, produzindo um odor forte de limão. As flores servem de pastos perfumados para as abelhas (o mel de eucalipto é mundialmente renomado), e seus óleos têm dado sabor a cigarros de mentol. Quando se descobriu como extrair celulose do eucalipto (cortando a tora em lascas, depois as fervendo em substâncias químicas para liberarem as fibras da madeira e serem emulsificadas em uma polpa), o eucalipto passou a ser usado em tudo, de cuecas e uniformes antichamas a papel higiênico e papelão. Foi até usado como papel de jornal quando a edição de 27 de maio de 1956 do jornal brasileiro O Estado de S. Paulo foi impresso inteiramente em fibra de eucalipto.

O príncipe dos eucaliptos

O eucalipto mais valorizado era, segundo o botânico Barão Sir Ferdinand von Müller, o eucalipto-comum (E. globulus), o emblema floral da Tasmânia. Era incomparável em sua utilidade e na qualidade de seus óleos, von Müller declarou no Descriptive Atlas of the Eucalypts of Australia - Eucalyptographia em 1884, Meio século após o primeiro governador da Austrália, Arthur Phillip, ter despachado uma garrafa dos óleos essenciais para Joseph Banks, von Müller começou a promover ativamente os benefícios potenciais da árvore eucalipto. Müller (ele adquiriu o "von" depois que o rei de Württemberg lhe conferiu o título de barão por seus estudos do eucalipto; os britânicos forneceram  o título de cavaleiro) foi sem dúvida o maior defensor dessas árvores. Foi ele quem persuadiu o inglês Joseph Bosisto a patentear seu processo de extração do óleo do eucalipto. Bosisto passou a vender o óleo na Europa e nos Estados Unidos, e o Óleo de Eucalipto Bosisto tornou-se um nome conhecido. 
Müller também enviou sementes de eucalipto ao redor do mundo, para a França, Índia, África do Sul, América Latina e para o botânico americano Willian Saunders, mas seu presente de sementes ao arcebispo de Melbourne J. A. Gould em 1869 teve consequências fenomenais -  ao menos aparentemente. Acreditava-se que o eucalipto "curasse" a malária. Gould enviara suas sementes a um grupo de monges trapistas franceses que vinham combatendo a malária -  ou "febre dos pântanos" -  em Tre Fontane, Roma. Repetidas vezes os monges tentaram cultivar o eucalipto antimalária, desmatando cerrados e drenando brejos para plantar as mudas. Quando enfim conseguiram que os eucaliptos vingassem, as febres mortais enfim desapareceram. Somente mais tarde alguém concluiu que foi a perda dos brejos, e não a chegada dos eucaliptos, que debelou a doença. (Os trapistas tiraram proveito da árvore produzindo e vendendo o licor com sabor de Eucalittino) Enquanto isso, diversos benefícios da árvore gomífera australiana vinham sendo propostos. A madeira do eucalipto poderia se transformar em casas, carroças e pontes. O eucalipto daria alívio temporário ao paciente morrendo de gangrena ou de doença venérea. Poderia supostamente purificar o ar poluído.
Essas afirmações, algumas mais válidas do que outras, provocaram a transformação da paisagem arbórea em partes da América pela árvore australiana, já que investidores, confiantes nos lucros rápidos, promoveram o plantio de milhares de eucaliptos a partir de sementes. Na América do Sul e particularmente no Brasil, os eucaliptos não paravam de crescer. Graças aos esforços do agrônomo Edmundo Navarro de Andrade, morto em 1941, grandes plantações surgiram ao longo das ferrovias. Mesmo em meados do século XX, quando mais de 5,5 milhões de hectares do país foram reflorestados, mais de metade das árvores plantadas foram eucaliptos. Também na Índia, com grande parte do país na mesma latitude do Brasil, as plantações de eucalipto vinham se espalhando em detrimento das árvores indígenas. Resultou um descontentamento crescente com a marcha inexorável dos eucaliptos. As plantações estéreis, segundo seus detratores, forneciam uma proteção inadequada à vida selvagem em comparação com as florestas nativas. Culparam-se os eucaliptos de causar uma perigosa erosão do solo, e tão prodigiosa era sua sede arbórea que foram acusados de exaurir os suprimentos de água locais. A perda da biodiversidade e o enfraquecimento das tradicionais economias de escambo, substituídas pela economia monetária invasora das plantações de eucalipto, transformaram o descontentamento em ação direta. No início do século XX, fazendeiros em locais tão díspares como Bangcoc, Índia e Espanha vinham arrancando brotos de eucaliptos em protesto contra aquela monocultura florestal.
Tendo impactado a paisagem tanto quanto a história do cultivo de madeira, parecia que o eucalipto estava chegando ao fim da linha, mas a árvore pode ainda ter uma contribuição a dar ao futuro. O Haiti tornou-se uma das nações mais pobres do mundo quando sua cobertura arbórea foi removida. A economia da Etiópia vem sofrendo desde que o país perdeu mais de 95% de suas florestas originais, e existem sérias preocupações ambientais em relação à Tailândia, que viu metade de suas árvores serem derrubadas nos últimos 20 anos. O eucalipto pode ser usado para ajudar no rápido reflorestamento em países assim. 

Fonte: Bill Laws. Fifty plants that changed the course of history, Quid Publishig, 2010.
Website: www.billlaws.com

segunda-feira

Glycaspis brimblecombei - Psilídeo-de-concha

O psilídeo-de-concha (Glycaspis brimblecombei Moore) é uma espécie pertencente à ordem Hemiptera, subordem Sternorrhyncha e família Psyllidae. Os psilídeos são insetos pequenos, semelhantes a pequenas cigarrinhas e de hábito sugador. Possuem fortes pernas saltadoras, antenas relativamente largas e se alimentam de seiva das plantas. Apresentam dimorfismo sexual, sendo as fêmeas ligeiramente maiores do que os machos, medindo entre 2,5 e 3,1 mm de comprimento.
Dentre os psilídeos associados ao eucalipto, os gêneros mais importantes são Cteranytaina, Blastopsylla, Creiis, Eucalyptolyma, Cardiaspina e Glycaspis.
Os adultos de G. brimblecombei se caracterizam por se alimentarem somente de eucalipto e por sua infestação ser facilmente reconhecida por causa da secreção açucarada em forma de concha sobre as ninfas e por apresentarem projeções que saem da parte anterior da cabeça, que são chamadas de cones genais.
As ninfas nos primeiros ínstares são amareladas e as ninfas de último instar apresentam o abdome e os primórdios das asas de coloração escura.
A reprodução é sexuada e as fêmeas apresentam coloração verde a vermelho, as antenas são filiformes com 10 segmentos, e a parte terminal do abdome é arredondada com uma protuberância por onde são colocados os ovos. Os machos apresentam 10 segmentos. Em seu abdome possui projeções na parte superior chamadas de "fórceps" que são utilizadas para imobilizar a fêmea durante a cópula.
Os ovos são de coloração amarelo-alaranjados, brilhantes e de formato oval. São postos em linha, agrupados ou individualizados, podendo existir até 300 ovos por folha, presos com auxílio de um pedicelo à superfície da folha.
Possui 5 ínstares ninfais, com duração do estágio ninfal variando de 12 a 22 dias, com duração média dos ínstares muito próxima, em torno de 3 dias.
O ciclo biológico varia com as condições ambientais de 26 a 57 dias com temperaturas médias de 16,5ºC e 22ºC. A temperatura mais adequada para o desenvolvimento das ninfas é de 26ºC.
Espécies altamente suscetíveis: Eucalyptus camaldulensis e E. tereticornis.
Espécie tolerante: E. grandis

Danos:
Enrolamento, deformação do limbo foliar, formação de galhas, superbrotamento, secamento de ponteiros e indução do aparecimento de fumagina.
A alta infestação se traduz em perda foliar, redução do crescimento, morte de ramos e da árvore como um todo. Podem causar danos indiretos, como a presença de fumagina, que se caracterizam como fungos de coloração negra, crescendo sobre folhas cobertas de "honeydew" e podendo causar sua morte. Causam depreciação do valor estético e deixam as árvores suscetíveis ao ataque de outros insetos.

Controle biológico:
Psyllaephagus bliteus Riek (Hymenoptera: Encyrtidae)


Fonte: Ferreira Filho, P. J. 2010. Dinâmica populacional do Psilídeo-de-conha Glycaspis brimblecombei Moore (Hemiptera: Psyllidae) e parasitismo por Psyllaephagus bliteus Riek (Hymenoptera: Encyrtidae) em floresta de eucalipto. (Tese Doutorado) Unesp : Botucatu, São Paulo.
 Imagens google.

quinta-feira

Besouros desfolhadores

         Os besouros desfolhadores constituem o terceiro grupo de insetos desfolhadores mais importantes para a silvicultura brasileira. 
         As principais famílias são Chrysomelidae, Curculionidae, Scarabaeidae e Buprestidae.


Costalimaita ferruginea (Chrysomelidae)


Sternocolaspis quatuordecimcostata (Chrysomelidae)

Colaspis quadrimaculata  (Chrysomelidae)

Matallactus mosei  (Chrysomelidae)
Matallactus quindecimguttatus  (Chrysomelidae)

Agathomerus sellatus  (Chrysomelidae)

Cacoscelis marginata  (Chrysomelidae)
Eumolpus surinamensis  (Chrysomelidae)

Metaxyonycha angusta  (Chrysomelidae)

Myochrous armatus  (Chrysomelidae)

Metriona spp.  (Chrysomelidae)

Psiloptera argyrophora (Buprestidae)
P. attenuata (Buprestidae)
P. hoffmanni (Buprestidae)
P. pardalis (Buprestidae)


Lampetis cupreosparsa (Buprestidae)
L. dives (Buprestidae)
L. doncheri (Buprestidae)
L. instabilis (Buprestidae)
L. solieri (Buprestidae)



Gonipterus gibberus (Curculionidae)


Gonipterus scutellatus (Curculionidae)


Asynonychus cervinus (Curculionidae)



Naupactatus longimanus (Curculionidae)
N. xanthographus (Curculionidae)
N. bipes (Curculionidae)
N. condecoratus (Curculionidae)
N. elegans (Curculionidae)

Miremorphus eucalypti (Curculionidae)
Phaops andamantina (Curculionidae)


Rhigus sp. (Curculionidae)
Rhigus tribuloides (Curculionidae)

Cyphus luridus (Curculionidae)
Heilipus fallax (Curculionidae)
Hoplopactus injucundus (Curculionidae)
Hypsonotus sp. (Curculionidae)


Euetheola humilis (Scarabaeidae)


Bolax flavolineatus (Scarabaeidae)


Geniates barbatus (Scarabaeidae)

Philoclaenia tricostata (Scarabaeidae)

Leucothryreus niveicollis (Scarabaeidae)
Lasiopus cilipes (Scarabaeidae)

segunda-feira

Lepidópteros desfolhadores de Eucalipto


Thyrinteina arnobia (Geometridae)
Thyrynteina schadeana (Geometridae)
Sarsina violascens (Lymantriidae)
Oxydia vesulia (Geometridae)
Oxydia distans (Geometridae)
Euselasia sp. (Riodinidae)
Stenalcidia sp. (Geometridae)
Sabulodes caberata (Geometridae)
Anacamptodes sp. (Geometridae)
Nystalea nyseus (Geometridae)
Eupseudosoma involuta (Arctiidae)
Glena sp. (Geometridae)
Pyrrhopyge charybdis (Hesperiidae)
Molippa sabina (Saturniidae)
Automeris coresus (Saturniidae)
Automeris nyctimene (Saturniidae)
Automeris complicata (Saturniidae)
Automeris memusae (Saturniidae)
Lonomia circunstans (Saturniidae)
Eacles imperialis (Saturniidae)
Dirphia sp. (Saturniidae)
Dirphia multicolor (Saturniidae)
Dirphia dolosa (Saturniidae)
Hyperchiria incisa (Saturniidae)
Phobetron hipparchia (Limacodidae)
Hylesia sp. (Saturniidae)
Citheronia marion (Saturniidae)
Euphobetron hydropteris (Limacodidae)
Lethata invigilans (Stenomidae)
Apotelodes sericea (Eupterotidae)
Hymenomina extensaria (Geometridae)

quarta-feira

Eucalipto: Sistema de cultivo

Espécie: Eucalyptus spp.
Família: Myrtaceae



domingo

Combustível que dá em árvore - Pesquisadores da USP descobrem que casca de eucalipto pode gerar etanol





POR JOÃO RICARDO GONÇALVES
O Dia online


Rio - ‘Antes de imprimir, pense no Meio Ambiente’. A frase já virou até clichê na assinatura de e-mails, mas demonstra a preocupação de muita gente com o fato de que, por mais que a indústria invista no reflorestamento, papel utilizado significa a derrubada de árvores. Cientistas da USP encontraram uma maneira de minimizar as perdas ambientais desse processo, transformando as cascas de eucaliptos em combustível.

Uma pesquisa feita na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba, mostrou que é possível transformar uma tonelada de cascas em 200 quilos de açúcares que, após processos químicos, podem gerar cerca de 100 litros de etanol.

O rendimento do processo de produção do etanol a partir dos resíduos de eucaliptos, por hectare, equivale aproximadamente a metade do de álcool de cana-de-açúcar. Ainda assim, a descoberta é considerada uma vitória, por oferecer nova alternativa ao álcool tradicional e evitar mais desperdícios na produção de papel.

As experiências, que fazem parte da tese de doutorado de Juliano Bragatto, orientada pelo professor Carlos Alberto Labate, da Esalq, ainda não terminaram. Os pesquisadores estão testando um maior número de variedades de eucalipto, para verificar com exatidão a composição química das cascas e a quantidade de açúcar disponível. “A ideia do estudo foi achar uma maneira de aproveitar matéria-prima que poderia virar gás carbônico na atmosfera”, afirma Labate.

O trabalho dos pesquisadores da USP teve o apoio de uma indústria de papel e celulose, que forneceu os resíduos de eucalipto. No Brasil, existem mais de 4,5 milhões de hectares deste tipo de árvore. Cada 30 milhões de toneladas de madeira geram sete milhões de toneladas de casca de eucaliptos, o que mostra que há muito potencial para o novo combustível. Resíduos da casca recém-extraída geram combustível de ainda melhor qualidade.

Apesar de ser considerado um líder no mundo quando o assunto é a produção de etanol, o Brasil teve que importar mais de 150 milhões de litros do álcool dos EUA, que é feito de milho. Um dos motivos foi a alta nas vendas de carros flex.

Mesma tecnologia para bioplásticos

Já se sabe também que a mesma tecnologia ajudará a aproveitar as cascas de outras maneiras, além da produção de combustível: o açúcar que vira matéria-prima do novo etanol também poderá ser aproveitado na produção de bioplásticos, por exemplo. Segundo a USP, as conclusões do estudo deverão ser publicadas em um artigo científico, em veículo internacional ainda a ser definido.