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quinta-feira

A técnica da compostagem

Compostagem é a técnica de aproveitamento de diversos tipos de materiais orgânicos de origem vegetal que, por meio de um processo de fermentação aeróbica, se transforma no composto orgânico. Ela pode ser feita na residência, numa propriedade rural e até mesmo em escola ou apartamento, utilizando-se os restos de alimentos crus, oriundos do preparo das refeições, como restos de verduras não temperadas, folhas danificadas, cascas, frutos podres, borra de café, cascas de ovos e etc., diminuindo consideravelmente o lixo produzido e proporcionando um fim bem apropriado para esse valioso material. Para se evitar o seu apodrecimento, fortes odores e também a invasão de roedores e outros animais, inclusive larvas de moscas, não se deve, de maneira nenhuma, levar para o composto os restos de comida preparada, tais como arroz, feijão, polenta, pão, macarrão, carnes, entre outros
Para se fazer o composto, é preciso separar o material orgânico vegetal já na cozinha (pode ser um balde plástico com tampa). Esse material será distribuído em camadas intercaladas com palha seca (podem ser restos de grama cortada oriunda do pátio da escola, do jardim da casa, folhas secas, capim cortado e etc.).

A compostagem pode ser feita em caixotes, compartimentos plásticos específicos ou numa pilha e deve ser iniciada sempre com a palha, que formará a primeira camada (em torno de 10 cm de altura), colocando-se sobre ela os restos orgânicos disponíveis (resíduos da cozinha ou estercos frescos de bovinos, aves ou cavalos) até formar uma pilha, sempre intercalando as camadas. Uma camada de palha, outra de resíduos frescos e/ou esterco e assim por diante.

Toda vez que se colocar uma camada de resíduos da cozinha, molhar bem até escorrer e cobrir em seguida com a palha até não se poder ver mais os restos da cozinha (que ficarão sob a camada de palha). A largura da pilha deve ser de 1 metro a 1,2 metros.

Havendo possibilidade, pode-se acrescentar finas camadas de cinza peneirada de forno ou fogão à lenha, calcário, fosfato natural e/ou pó de ossos a cada três camadas de palha para enriquecer o composto em nutrientes e diminuir a acidez, principalmente quando se colocam muitas cascas de cebola, de laranja e de limão. Não havendo disponibilidade de palhas secas, pode-se também edificar a pilha com composto colocando-se uma fina camada de terra sobre o material orgânico de maneira intercalada. De qualquer forma, a última camada terá que sempre de palha. Não há necessidade de erguer a pilha ao abrigo da ação do sol e da chuva. Em situações excepcionais de muita chuva, pode-se colocar uma cobertura de plástico sobre a pilha. uma vez formada a pilha de composto, é necessário controlar a temperatura interna e a umidade, pois com a fermentação há intensa formação de calor e, consequentemente, perda de água por evaporação. A temperatura alta da pilha (próximo de 50º a 60ºC) é um indicativo de que a fermentação está se desenvolvendo. 

Durante o processo de compostagem não é comum ser exalado cheiro forte, pois isso indicaria que está acontecendo apodrecimento e não a fermentação, talvez pelo excesso de água ou pela falta de oxigenação da pilha. Nesse caso, é preciso revirar a pilha e reerguê-la novamente em seguida.

O tempo de fermentação do composto orgânico pode variar em função da temperatura ambiente, do material utilizado, da quantidade de água e do inoculante (esterco ou resíduos orgânicos utilizados), Entre outros fatores. No verão, o processo é mais rápido. Montada a pilha, pode-se ter o composto pronto em até 60 dias, conforme o tipo de material e fazendo-se reviradas a cada 20 dias.

Sempre que necessário (a cada 20 ou 30 dias), deve-se revolver a pilha para promover uma maior aeração, cortando-a com uma enxada e reerguendo em seguida todo o material semi-compostado numa nova pilha, ao lado. O composto pronto se parece com terra e não apresenta cheiro diferente dessa, podendo ser utilizado diretamente sobre os canteiros onde serão (ou estão sendo) cultivadas hortaliças, seguido de sua leve incorporação superficial na terra ou então somente espalhando pela superfície. A dosagem varia, mas em geral, se aplica um latão (20 litros) por metro quadrado de canteiro. Para melhor eficiência, recomenda-se peneirar o produto antes de colocá-lo nos canteiros. o que sobrar na peneira volta para o processo de compostagem.

A prática da compostagem é uma excelente atividade educativa, contribuindo na formação da consciência e do entendimento sobre as leis ambientais, sendo uma prática evidente das transformações naturais pelas quais passam todos os organismos vivos. 

Minhocultura

Assim como a compostagem, a minhocultura representa uma interessante alternativa para o aproveitamento de resíduos orgânicos. Por esse processo, se produz o húmus, um produto estável e inodoro, considerado o mais valioso dos insumos a ser colocado na terra. O processo de criação de minhocas e produção de húmus é relativamente fácil. As minhocas irão se alimentar dos materiais orgânicos colocados à sua disposição no minhocário, sendo que o húmus será o produto de seu metabolismo e excretado posteriormente, utilizado diretamente no solo ou como substrato de excelente qualidade para a produção de mudas, tanto de hortaliças quanto de plantas aromáticas e, até mesmo espécies florestais.
Foto: blog.mundohorta.com.br 

Fonte: Casa da Agricultura