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Paineira - Ceiba speciosa

Nome popular: Paineira
Nome científico: Ceiba speciosa
Família: Malvaceae

Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência?
Meu nome é Ceiba speciosa, sou da família das Malváceas. Por aqui sou conhecida como paineira, paina-de-seda ou barriguda.

Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios?
Sou natural da América do Sul. Meus domínios são a Argentina, Brasil, Paraguai e Bolívia. No Brasil estou presente naturalmente nas regiões Sul, Sudeste e parte do Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Não sou nativa do Pampa, mas já me adaptei muito bem a região de Bagé tchê.

Em que tipo de ambiente tu gostas de viver?
Eu gosto de clima tropical, mas consigo viver em clima subtropical.

Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir?
Eu e cresço rápido e tenho porte grande e posso atingir até 30 metros de altura. Como tenho grande porte e possuo raízes superficiais que se desenvolvem bastante, não devo ser plantada em calçadas, apenas em pátios com bastante espaço e longe de construções.

E como são tuas flores e frutos?
Após perder todas as minhas bonitas folhas em forma de dedinhos, minhas belas flores surgem no verão e inicio do outono, me deixando majestosa. Minhas flores são lindas, são brancas ou amareladas no centro com pintas vermelhas, e na volta são rosadas. As abelhas, borboletas, pássaros e morcegos adoram as minhas flores. Meus frutos são grandes cápsulas, que quando se abrem, liberando as sementes, que podem voar pelo mundo, em busca de novos ambientes. Minhas sementes ficam envoltas na paina, fibras finas e brancas, como um algodão, que ajudam na flutuação delas. Se quiserem produzir mudas de paineira utilizem as minhas sementes.

Como tuas folhas se comportam no outono?
Eu perco todas minhas folhas para economizar energia no frio. Mas não precisam me podar, porque depois minhas folhas crescerão novamente e não precisa varrer minhas folhas, porque elas viram adubo, alimentando nosso solo.

E falando sobre poda. Ela é necessária?
Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!

Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos?
Como sou muito belíssima, sou utilizada amplamente no paisagismo. A paina que meus frutos produzem é fina e sedosa, mas pouco resistentes, sendo usada para o preenchimento de travesseiros e brinquedos de pelúcia. Minha madeira é usada para caixotarias, cochos, tamancos, entre outros.

Existe alguma curiosidade sobre a paineira que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos...
Vocês sabiam que o meu tronco e ramos podem fazer fotossíntese quando jovem? Por isso meu caule tem cor verde nas fases mais jovens da minha vida. Além disso, com o passar do tempo vou apresentando um alargamento na base do meu tronco, o que me rendeu o nome de “Barriguda”.
Outra curiosidade é que meu tronco e ramos mais jovens apresentam acúleos. Mas não são espinhos? Não, os acúleos são formados pela parte mais externa do meu caule, são como se fossem calos. Já os espinhos são formados a partir de estruturas modificadas, como ramos e folhas. Quando se retira o acúleo de uma planta ele se solta fácil, ficando no seu lugar uma cicatriz. Já o espinho é difícil de soltar e quando retirado causa danos, porque tem ligação com as estruturas mais internas da planta.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
LORENZI, H. Árvores Brasileiras. Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas do Brasil. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 368 p. 1998.
REVISTA NATUREZA. Árvores Ornamentais. Editora Europa. 82 p. 1997.
https://pt.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)
flora.ipe.org.br (Acesso em julho de 2016)

Fonte: Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O braquiquito. Disponível em: <http://arborizabage.wixsite.com/arborizacaourbana>

Oliveira - Olea europaea

Nome popular: Oliveira
Nome científico: Olea europaea
Família: Oleaceae

Origem: do sul do Cáucaso, das planícies altas do Irã e do litoral mediterrâneo da Síria e Palestina, expandindo posteriormente para o restante do Mediterrâneo.
Clima ideal: sub tropical
Floração: fins de abril a início de junho
Frutificação: setembro a outubro
Folhas: perenes
Reprodução: por semente ou estaquia
Porte: até 15 metros de altura

É uma árvore cujos frutos são drupas, conhecidas como azeitonas, ricas em óleo. De seus frutos, as azeitonas, os homens no final do período neolítico aprenderam a extrair o azeite. Este óleo era empregado como unguento, combustível ou na alimentação, e por todas estas utilidades, tornou-se uma árvore venerada por diversos povos. Muitos deles prosperaram com o comércio do azeite de oliva.  A oliveira é também citada na Bíblia em várias passagens, tanto a árvore como seus frutos.
Há de se fazer nota ainda sobre a longevidade das oliveiras. Estima-se que algumas das oliveiras presentes em Israel nos dias atuais devam ter mais de 2500 anos de idade. Em Santa Iria de Azóia, Portugal, existe uma oliveira com 2850 anos. O mais antigo registro de plantio de oliveiras no Brasil que se teve notícia foi em 1800, quando os imigrantes açorianos trouxeram as primeiras mudas de oliveiras da Europa para o Brasil e foram plantadas e cultivadas com sucesso no Rio Grande do Sul.  As folhas têm aplicação medicinal, sendo usadas para combater a tensão alta. A sua madeira possui elevada resistência, serve para pequenas peças de marcenaria e marchetaria. Nas últimas décadas vem sendo cada vez mais usada em paisagismo. No Sul do país é também utilizada para arborização de ruas devido ao seu tipo de copa e altura. No paisagismo urbano com espécies exóticas é interessante a adição desta árvore, pois sua sombra apesar de esparsa permite bom aproveitamento e pode ser cultivada em calçadas e avenidas, além de jardins e pátios residenciais.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
http://www.fazfacil.com.br (Acesso em julho de 2016)
http://www.floradaspalmeiras.com.br (Acesso em julho de 2016)
https://pt.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)
http://www.paisagismodigital.com (Acesso em julho de 2016)
http://www.florestar.net (Acesso em julho de 2016)
http://www.floresefolhagens.com.br (Acesso em julho de 2016)
www.esalq.usp.br (Acesso em julho de 2016)

Fonte: Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O braquiquito. Disponível em: <http://arborizabage.wixsite.com/arborizacaourbana>

Manacá-de-cheiro - Brunfelsia uniflora

Nome popular: Manacá-de-cheiro, Manacá-de-jardim
Nome científico: Brunfelsia uniflora
Família: Solanaceae

Origem: Brasil – Mata Atlântica
Clima ideal: tropical e subtropical
Floração: setembro a março
Folhas: perenes
Reprodução: sementes, por estaquia ou - simplesmente – pelo transplante de mudas que surgem das raízes de um exemplar maior. Por mergulhia. Não suporta transplante
Porte: até 3 metros

É uma árvore de folhas pequenas e permanentes, de crescimento de velocidade média. Esta espécie é muito utilizada como ornamento, pela sua beleza e perfume. Esta é uma planta hospedeira de lagartas de borboletas. Elas surgem após o período de floração e não há prejuízo para a planta e assim também haverá lindas borboletas no jardim. Em seu local de origem, durante todo o ano é possível ver na sua proximidade a borboleta-do-manacá, que deposita os ovos apenas nas folhas dessa planta, que é o único alimento de suas larvas. A lagarta peculiar, preta com listras amarelas, é adaptada resistir às toxinas desta planta. Elas não fazem mal a planta, portanto, evite destruí-las. As folhas, raiz e frutos do manacá-de-jardim possuem propriedades medicinais, mas em grandes quantidades são tóxicos para animais domésticos e o homem, podendo causar vômito, diarréia, tremores, falta de coordenação, tosse e letargia por vários dias.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
http://www.fazfacil.com.br (Acesso em julho de 2016)
http://www.floradaspalmeiras.com.br (Acesso em julho de 2016)
https://pt.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)
http://www.paisagismodigital.com (Acesso em julho de 2016)
http://www.florestar.net (Acesso em julho de 2016)
http://www.floresefolhagens.com.br (Acesso em julho de 2016)
www.esalq.usp.br (Acesso em julho de 2016)

Fonte: Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O braquiquito. Disponível em: <http://arborizabage.wixsite.com/arborizacaourbana>

Ligustro - Ligustrum lucidum

Nome popular: Ligustro
Nome científico: Ligustrum lucidum 
Família: Oleaceae

Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência?
Meu nome é Ligustrum lucidum, sou da família das Oleáceas. Por aqui sou conhecida como ligustro ou alfeneiro.

Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios?
Minha origem é da China. No Brasil, me desenvolvo bem em todas as regiões.

Em que tipo de ambiente tu gostas de viver?
Eu me adapto bem a diversos tipos de clima. Também sou uma árvore bem resistente - como o gaúcho da campanha - eu resisto a variações de temperatura e pouca água.

Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir?
Eu tenho porte médio, cresço rápido e posso atingir até 10 metros de altura.

E como são tuas flores e frutos?
Minhas flores surgem em cachos, são brancas ou cremes e perfumadas. Contudo, muitas pessoas tem alergia ao pólen das minhas flores. Eu floresço na primavera e verão. Os frutos amadurecem no outono, sendo preto-azulados quando maduros e são muito apreciados pelas aves.

A poda é necessária para as árvores urbanas?
Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!

Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos?
Há anos atrás a minha espécie era uma das mais plantadas nas cidades do sudeste e sul do Brasil, pois sou muito resistente a diversos tipos de ambiente e cresço rapidamente. Atualmente, o plantio do ligustro na arborização urbana não tem sido recomendado, pois sou considerada uma espécie invasora, isto é, ocupo ambientes naturais de espécies nativas da região. Mas não me vejam como um alien que só causa o mal de vocês. Minha sombra ameniza muita gente no calorão do verão. Além disso, eu auxilio no combate da poluição, produção de oxigênio, embelezamento da cidade, entre muitas outras funções.  

Existe alguma curiosidade sobre o ligustro que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos...
Sou uma das espécies mais maltratadas na cidade, somos podadas de forma drástica; nossa copa está cheia de erva-de-passarinho, parasita que suga nossa vida lentamente; nosso tronco está cheio de buracos, e muitos pensam que sou lixeira. Será que é assim que os humanos da Rainha da Fronteira devem tratar suas irmãs árvores? A ingratidão ecoa neste rincão do Brasil. Este poema expressa meus sentimentos:

Súplica da Árvore
"Tu, que passas e levantas contra mim o teu braço,
antes de fazer-me o mal, olha-me bem.
Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de inverno.
Eu sou a sombra amiga que te protege contra o sol de dezembro.
Meus frutos saciam tua fome e acalmam tua sede.
Eu sou a viga que suporta o teto de tua casa, e a cama em que descansas.
Sou o cabo das tuas ferramentas, a porta de tua casa.
Quando nasces, tenho a madeira para o teu berço, quando morres,
em forma de ataúde, ainda te acompanho ao seio da terra.
Sou ramo de bondade e flor de beleza.
Se me amas como mereço, defende-me contra os insensatos."
(Autor desconhecido)

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
LORENZI, H.; SOUZA, H.M. DE; TORRES, M.A.V.; BACHER, L.B. Árvores Exóticas No Brasil, Madeiras, Ornamentais e Aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 384 p. 2003.
https://pt.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)
http://institutoverdesrumos.com.br (Acesso em julho de 2016)
http://blogdojeffrossi.blogspot.com.br (Acesso em julho de 2016)

Fonte: Rosseto, V.; Sampaio, T. M.; Oliveira, R.; Grala, K. O braquiquito. Disponível em: <http://arborizabage.wixsite.com/arborizacaourbana>

Jacarandá-mimoso - Jacaranda mimosaefolia

Nome popular: Jacarandá-mimoso

Nome científico: Jacaranda mimosaefolia

Família: Bignoniaceae

Origem: Argentina, Bolívia e Paraguai
Clima ideal: subtropical. É tolerante a climas mais quentes
Floração: primavera e verão
Frutificação: verão
Folhas: caducas
Reprodução: por sementes
Porte: de crescimento rápido, pode atingir até 15 metros de altura

Com a planta quase que totalmente sem folhas, na primavera surgem suas flores, que deixam a árvore com aparência exuberante graças ao colorido azul-violeta. Os frutos, com sementes pequenas, são na forma de cápsulas lenhosas achatadas. O cultivo, muito difundido a partir do centro-sul da América do Sul até o Uruguai, é indicado em parques e jardins ou na arborização de ruas e avenidas.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
http://www.fazfacil.com.br (Acesso em julho de 2016)
http://www.floradaspalmeiras.com.br (Acesso em julho de 2016)
https://pt.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)
http://www.paisagismodigital.com (Acesso em julho de 2016)
http://www.florestar.net (Acesso em julho de 2016)
http://www.floresefolhagens.com.br (Acesso em julho de 2016)
www.esalq.usp.br (Acesso em julho de 2016)

Ipê-roxo - Handroanthus heptaphyllus Bignoniaceae

Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência?
Meu nome é Handroanthus heptaphyllus, sou da família das Bignoniáceas. Por aqui sou conhecida como ipê-roxo, ipê-rosa ou ipê-comum.

Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios?
Sou natural da América do Sul. Meus domínios são a Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai. No Brasil estou presente naturalmente nas regiões Sul, Sudeste e parte do Nordeste e Centro-Oeste. Não sou nativa do Pampa, mas já me adaptei muito bem a região de Bagé tchê.

Em que tipo de ambiente tu gostas de viver?
Eu gosto de clima tropical e subtropical.

Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir?
Eu tenho porte grande e posso atingir até 18 metros de altura.

E como são tuas flores e frutos?
Após perder todas as minhas bonitas folhas em forma de dedinhos, minhas belas flores roxas ou rosas surgem no inverno e inicio da primavera, me deixando majestosa. As abelhas e pássaros adoram as minhas flores. Na primavera meus frutos aparecem, em forma de vagens e quando maduros se abrem, liberando as sementes, que podem voar pelo mundo, em busca de novos ambientes. Se quiserem produzir mudas de ipê-roxo utilizem as minhas sementes.

Como tuas folhas se comportam no outono?
Eu perco todas minhas folhas para economizar energia no frio. Mas não precisam me podar, porque depois minhas folhas crescerão novamente e eu voltarei a ficar exuberante. Além disso, logo após a queda das folhas, minhas flores surgem, então se me podarem atrapalharão o espetáculo que é a minha floração.

E falando sobre poda. Ela é necessária?
Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!

Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos?
Como sou muito belíssima, sou utilizada amplamente no paisagismo, principalmente nas cidades. Na região Sul, sou a espécie de ipê mais utilizada no paisagismo. Além disso, sou plantada em reflorestamentos para recuperar áreas degradadas. Minha madeira possui grande resistência e durabilidade. Ela é usada para fazer tacos, rodapés, assoalhos, postes, tendo boa resistência ao apodrecimento. Além disso, algumas partes minhas têm aplicação medicinal.

Existe alguma curiosidade sobre o ipê-roxo que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos...
Você sabia que a madeira da minha espécie foi utilizada na construção das Missões Jesuítas Guaranis? Minha madeira é tão durável, que resiste até hoje em materiais daquela época, expostos no Museu das Missões, em São Miguel das Missões, no noroeste do estado. As Missões eram assentamentos de jesuítas espanhóis e indígenas, em especial da etnia Guarani, surgidas na América do Sul, no século XVII. Os principais assentamentos estavam localizados na Argentina, Brasil e Paraguai. Sou a árvore símbolo do Paraguai e minha flor é a flor oficial da Província de Missiones, na Argentina. Sou abundante na região missioneira e o rosa das minhas flores enchem de amor o local, buscando curar as feridas de uma terra marcada por guerras e sofrimentos.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
SCHULZE-HOFER, M. C.; MARCHIORI, J. N. C. O uso da madeira nas reduções jesuítico-guarani do Rio Grande do Sul. Balduinia, v. 19, p. 14-18. 2009.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras. Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas do Brasil. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 368 p. 1998.
REVISTA NATUREZA. Árvores Ornamentais. Editora Europa. 82 p. 1997.
https://pt.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)
https://es.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)
http://www.ecologia.misiones.gov.ar (Acesso em julho de 2016)

Ipê amarelo - Handroanthus chrysotrichus

Nome popular: Ipê-amarelo

Nome científico: Handroanthus chrysotrichus

Família: Bignoniaceae


Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência?
Meu nome é Handroanthus chrysotrichus, sou da família das Bignoniáceas. Por aqui sou conhecida como ipê-amarelo, ipê-amarelo-cascudo ou ipê-tabaco.

Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios?
Sou natural da América do Sul. Meus domínios são a Argentina, Brasil, Colômbia e Venezuela. No Brasil estou presente naturalmente nas regiões Sul, Sudeste e parte do Nordeste. Não sou nativa do Pampa, mas já me adaptei muito bem a região de Bagé tchê.

Em que tipo de ambiente tu gostas de viver?
Eu gosto de clima tropical, mas consigo me desenvolver em climas subtropicais.

Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir?
Eu tenho porte médio e posso atingir até 10 metros de altura.

E como são tuas flores e frutos?
Após perder todas as minhas bonitas e macias folhas em forma de dedinhos, minhas belas flores amarelas surgem no inverno e inicio da primavera, me deixando majestosa. As abelhas e pássaros adoram as minhas flores. Na primavera meus frutos aparecem, em forma de vagens e quando maduros se abrem, liberando as sementes, que podem voar pelo mundo, em busca de novos ambientes. Se quiserem produzir mudas de ipê-amarelo utilizem as minhas sementes.

Como tuas folhas se comportam no outono?
Eu perco todas minhas folhas para economizar energia no frio. Mas não precisam me podar, porque depois minhas folhas crescerão novamente e eu voltarei a ficar exuberante. Além disso, logo após a queda das folhas, minhas flores surgem, então se me podarem atrapalharão o espetáculo que é a minha floração.

E falando sobre poda. Ela é necessária?
Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!

Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos?
Como sou muito belíssima, sou utilizada amplamente no paisagismo, principalmente nas cidades. Quando minhas pétalas caem, formam um tapete dourado magnifico. Sou ideal para ser plantada em calçadas acima de 2,6 m, pois tenho raízes profundas e não fico muito alta. Minha madeira é usada para fazer tacos, rodapés, assoalhos, postes, tendo boa resistência ao apodrecimento. Além disso, algumas partes minhas tem aplicação medicinal.

Existe alguma curiosidade sobre o ipê-amarelo que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos...
Minha espécie tem inspirado há anos nossos artistas brasileiros, conhecidos ou anônimos, pois minha beleza é universal. Vejam que belo poema:

COPA DOURADA
“Olhando pela janela
O que se vê
É a fronde amarela
De lindos ipês.

O carro corre na estrada
E o olhar se estende
Sobre as copas douradas
Às quais se rende.

São pétalas feitas do ouro
De sonho áureo
Que guarnece o tesouro
Do imaginário.

Não são flores duradouras,
Pois cedo fenecem
E nas estações vindouras
De novo crescem.

Mas, quem há de esquecê-las,
Voando ao léu,
Transformadas em estrelas
De ouro no céu?”

http://netacosta.blogspot.com.br/

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
GRANDTNER, M. M.; CHEVRETTE, J. Dictionary of Trees, Volume 2: South America. Nomenclature, Taxonomy and Ecology. Academic Press, 1172 p. 2013.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras. Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas do Brasil. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 368 p. 1998.
REVISTA NATUREZA. Árvores Ornamentais. Editora Europa. 82 p. 1997.
https://pt.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)
http://netacosta.blogspot.com.br (Acesso em julho de 2016)